Desde o princípio da humanidade, de pinturas em cavernas pré-históricas, à obras literárias, até as fotos e vídeos que postamos nas redes sociais de hoje, as pessoas sempre não só contaram histórias, como deram um jeito de registrá-las também. É apenas natural que a arte, em qualquer forma, seja uma maneira de registro, sempre inventando novas formas diferentes de expressar opiniões, sentimentos, lembranças e, no fim das contas- contar uma história, seja ela real ou inventada.
Com o cinema não foi diferente. Oficialmente, ele nasceu em sua forma mais “definitiva” em 1895, com a apresentação de um curta documental de autoria dos irmãos franceses Louis e Auguste Lumière. Com apenas 45 segundos de duração, “Sortie de L’usine Lumière à Lyon” (Operários Deixando a Fábrica Lumière) revolucionou o mundo da arte para sempre após se tornar o primeiro filme projetado para o público em um café parisiense.
Contudo, essa não é a história inteira. Àquela altura, os irmãos Lumière vinham trabalhando havia anos em modelos de aparelhos para captação de sequências de imagens em movimento- ou seja, câmeras.
Os irmãos, porém, não eram, e não foram, os únicos. Quiçá nem os primeiros. Com a própria fotografia tendo sido inventada no começo do século, muitos fatores e inventores contribuíram para que o cinema acontecesse.
Alguns destes nomes incluem, pasme, desde Leonardo da Vinci lá no século XV, até aquele que é conhecido como o pai da eletricidade, Thomas Edison.
O primeiro criou um trabalho de projeções de luz que ficaria conhecido como ‘Câmera escura’; usando apenas uma lente de vidro e uma caixa, a invenção projetava as imagens de maneira invertida.
Já o segundo, muitos séculos depois, é claro, inventou o cinetoscópio, lançado em 1894, por uma fábrica comandada pelo próprio Edison, nos EUA. Era uma máquina em que se assistia a filmes de curta duração individualmente, o que só foi possível porque o inventor criou também uma película de celulose capaz de armazenar imagens. Através do aparelho, Edison, que também era dono de seu próprio estúdio cinematográfico chamado Black Maria, além de inúmeras (e polêmicas) patentes, produziu aqueles que são, de fato, considerados os primeiros filmes existentes.
Cientes de invenções anteriores e a partir do cinetoscópio, os irmãos Lumière desenvolveram o cinematógrafo, em 1895. Essa invenção, diferentemente das outras, permitia gravar, copiar e projetar imagens de forma mais prática e independente. Portanto, foi considerado o primeiro aparelho, de fato, qualificado para produzir filmes.
Louis Lumière, então, se tornou o primeiro cineasta a produzir documentários curtos, e outros logo reconheceram o potencial do novo meio de entretenimento. Os primeiros filmes eram extremamente atraentes para as massas, custando apenas 5 centavos a entrada, e recebendo o nome de ‘nickelodeons’, e logo, “Viagem à Lua” (1902) de Méliès, e o primeiro filme de ação, “O Grande Roubo do Trem” (1903), do americano Edwin S. Porter também começaram a surgir; e assim, toda uma indústria também começava a tomar forma.
cartaz de “O Grande Roubo do Trem”
Share your thoughts!
Be the first to start the conversation.