Hoje vamos falar sobre o diretor Hong Sang-soo, que não se sabe se ele ainda está casado ou está divorciado, da atriz Kim Min-hee com quem ele tem uma relação problemática e também dos filmes que esses dois fizeram juntos.
Antes do polêmico caso de divórcio de Hong Sang-soo, a maior parte do público provavelmente não o conhecia, mas não se engane, ele é um dos diretores mais importantes do mundo. Para você ter uma noção, nos últimos 16 anos ele foi indicado 8 vezes para os festivais de Cannes e Berlim. É isso mesmo 8 vezes!! Isso quer dizer que desde 2017, todo ano, ao menos uma de suas obras é indicada.
Ele está sempre presente nos festivais de cinema de Cannes e Berlim, mas nunca no de Veneza. Por quê será? Ouvi dizer que era algo relacionado aos jurados, mas pode ser também que ele tenha medo de água… tem que ir de barco para Veneza, né ? hahahaha. Agora… quando falamos sobre a Kim Min-hee é impossível não citar seu caso com Hong Sang-soo (que é 22 anos mais velho) e os seus vários outros ex-namorados. Em maio de 2016 ela ficou conhecida nos tapetes vermelhos de Cannes pelo filme “A Criada”. Mas um mês depois chegou à mídia o caso extra-conjugal de Hong Sang-soo com ela.
Isso fez com que fosse deixada de lado por muita gente e, consequentemente, teve uma decaída em sua carreira. Ela foi tão cancelada que não teve coragem de ir receber o prêmio do “Blue Dragon Awards”, que é um das maiores premiações da Coreia. Então você pode imaginar o que isso quer dizer para uma atriz que estava com a carreira em ascensão.
Depois disso, Kim Min-hee deixou a Coreia do Sul e sumiu do mapa. Isso até que, no ano seguinte, ela aparece milagrosamente no festival de cinema de Berlim e recebe o primeiro prêmio na história do cinema coreano com o filme “Na Praia à Noite Sozinha”, e assim, mais uma vez se tornou o centro das atenções. Desde então ela vem estrelando as obras de Hong Sang-soo. Entrando e saindo de festivais de cinema, como se voltasse para casa apenas uma vez por ano, se tornando uma atriz asiática de referência. Nem em uma montanha russa a gente tem tanta emoção quanto a vida dela… É de se admirar muito.
Depois de colocar vocês em dia com as fofocas, vamos falar sobre os filmes “Na praia à noite sozinha”, “Certo agora, Errado antes” e “A mulher que fugiu”.
Esses filmes basicamente têm a mesma essência, comes, bebes e uma história romântica… a estrutura é ao mesmo tempo leve e confusa. Além disso, tem uma característica muito específica dos filmes feitos por Hong Sang-soo e Kim Min-hee: Algumas partes em que a realidade e a ficção se reforçam e algumas partes em que elas se influenciam.
Hong Sang-soo disse: “Meus filmes não são para retratar a vida cotidiana, o que eu quero fazer é seguir a flecha que é atirada do arco em direção à vida real e no último momento impedir ela.” É… vocês conseguem entender o que ele quer dizer? Eu não sei muito bem não… mas tentem sentir essa visão filosófica nos filmes dele.
Já na vida real, o caso com a Kim Min-hee causou um grande burburinho na indústria cinematográfica mundial. Sinto que a ficção flechou a realidade e dessa vez a flecha não foi parada e acabou atingindo um caso de amor problemático.
Agora vamos fazer um resumo de como o relacionamento deles se desenrolou e vamos ver as obras cinematográficas que eles fizeram.
Hong Sang-soo e Kim Min-hee se conheceram no ano de 2013 quando estavam gravando “Certo Agora, Errado Antes”. O filme fala sobre um diretor casado que é convidado para um festival de cinema em uma pequena cidade e então conhece uma jovem artista e se apaixona por ela. É como se contasse a sua própria história, como se fosse um ensaio que previa o que iria acontecer com os dois.

Quando esse filme foi lançado, ele foi proibido para menores na Coreia do Sul e muitas pessoas achavam que era porque tinha cenas muito explícitas, mas a verdade é que só tem uma única cena de beijo. Se você for assistir esse filme só por causa da classificação, é bem possível você acabe se decepcionando. O filme está dentro de todas as regras morais da sociedade em relação ao sexo e a violência… não tem nada demais.
No entanto, eu acho que o relacionamento entre um diretor casado e um jovem artista não é muito bem visto pelos coreanos, sendo considerado como uma má influência para os jovens e por isso não é recomendado que eles assistam. Eu acho que isso não tem nada a ver. O que que tem de mais no filme?! Não importa se os outros entendem ou não, as pessoas precisam ver e refletir por conta própria.

Esse filme tem uma estrutura muito diferente. O filme é dividido em duas partes: A primeira mostra tudo o que acontece a partir do momento em que se conhecem até o final… e a segunda parte é uma repetição da primeira. Ouvi dizer que depois que eles terminaram de gravar, o diretor assistiu e sentiu que estava faltando alguma coisa. Os atores fizeram todo o processo novamente, foram aos mesmos lugares, encontraram as mesmas pessoas e até as falas eram iguais, mas que no final teve algumas mudanças de leve. O diretor disse que são essas mudanças pequenas que mostram o sentido da vida. Sério… é…. apenas assistam por vocês mesmos e vocês vão sentir.
Quando assisti a primeira parte achei a história meio ruim. Você consegue perceber o quão hipócrita o protagonista pode ser só para tentar algo com a moça. Ele esconde a verdade de que é casado e faz questão de mencionar que é um diretor de cinema.
Mas depois que você assiste a segunda parte, com o enredo quase igual, só com alguns ajustes, parece que você começa a compreender e a sensação no final do filme também é surpreendente.
Você pode até ter o mesmo sentimento que o diretor teve. Não importa se você já é casado ou se você é mais velho que a outra pessoa, quando você se apaixona por alguém você simplesmente não consegue controlar os seus sentimentos.
A atuação da Kim Min-hee também é muito boa. Em um mesmo enredo, ela conseguiu fazer mudanças pequenas para alcançar a sutileza artística. As mudanças emocionais nas duas partes do filme vêm a partir dela. Uma atuação de alto nível é uma coisa diferente né?
Dois anos depois do fim das filmagem, a esposa de Hong Sang-soo veio a público dizer que o seu marido já tinha saído de casa há 9 meses. Depois dessa notícia, a sociedade coreana ficou em choque e isso foi um golpe certeiro na carreira de Kim Min-hee. Já para Hong Sang-soo, não teve tanto impacto porque ele é só um produtor de filmes, então as pessoas já não sabiam muito sobre ele. Seu público fiel não iria deixar ele de lado por causa disso. Pois é, isso é muito injusto.
Mais tarde Hong Sang-soo veio a público dizer que ele e Kim Min-hee eram apenas amigos. Essa declaração parecia mais estar tentando proteger a carreira de Kim Min-hee. O diretor deu uma coletiva de imprensa no festival de cinema de San Sebastian em 2016.
Quando eu assisti, eu percebi que todos os jornalistas queriam perguntar sobre seu relacionamento com a Kim Min-hee, mas por se tratar de uma coletiva de imprensa de um grande festival, não foi muito bom perguntar diretamente sobre a sua vida íntima, então todos enrolavam para fazer uma pergunta.
Lembro que um repórter espanhol perguntou ao diretor sobre como ele via o amor. Na época, Hong Sang-soo foi franco e disse em inglês: “O amor é tudo, sem ele, nada.” Isso também foi uma resposta dele sobre tudo aquilo que estava acontecendo. Então em novembro daq
uele ano, ele fez o pedido oficial do divórcio, mas logo após o juiz ouvir a sua esposa na época, o pedido foi negado. É isso mesmo, oficialmente ele ainda é casado.
Na época, a esposa de Hong Sang-soo declarou para a mídia e para seu marido que não se divorciaria nem depois de morta. Por que será que sua esposa estava tão determinada ? Na verdade, vendo algumas entrevistas antigas deles, acho que antes desse caso de traição, a relação entre eles era muito boa, tanto que o casamento durou 30 anos.
Hong Sang-soo se casou cedo, com 23 anos. Quando tinha 21, ele conheceu sua esposa enquanto estudava nos Estados Unidos e então uns dois anos depois, quando se formou, eles se casaram, foi bem rápido. E foi assim, por causa de uma traição, depois de 30 anos de casados, eles se separaram. Mas é claro que não tem como deixar de lado assim de uma hora para outra, por isso Hong Sang-soo ainda não está oficialmente divorciado.
Eu já fofoquei tanto no início, porque eu ainda to fazendo isso? Ah… porque eu gosto de falar dessas coisas hahaha. Mas vocês também adoram ouvir né ?!
Para falar a verdade eu estou falando disso porque depois que a Kim Min-hee apareceu na vida do diretor, os filmes de Hong Sang-soo tiveram uma mudança grande. O relacionamento dele com a Kim Min-hee, a sua vida e as suas criações estão todas entrelaçadas.
Agora vamos falar sobre o filme “Na Praia à Noite Sozinha", que foi o primeiro filme que gravaram juntos após o escândalo da traição. Estreado no ano de 2017 em Berlim, o filme causa uma grande comoção, uma vez que o enredo se parecia muito com a vida do diretor. Era como se fosse uma resposta dos dois para as pessoas.
O filme conta a história de uma atriz que é atacada pelo público por ter um caso com um diretor de filme casado, então ela vai para a Alemanha curar essas feridas. Depois de um tempo ela volta para a Coreia do Sul e volta para o seu trabalho, encontra seus amigos e depois reencontra seu antigo amor. Você sentiu? Porque eu senti, e forte hein! Isso tudo é basicamente a história deles.
A primeira parte do filme se passa na Alemanha e na segunda parte ela volta para a Coreia. Isso torna o filme muito interessante já que tem uma cena muito específica no meio do filme onde a atriz está sentada no cinema assistindo um filme. Isso pode nos passar a sensação de que não sabemos se a primeira parte, da Alemanha, foi real ou se era apenas uma parte do filme que ela assistia.
Essa estrutura ficou muito interessante, além de ser uma forma de manter em aberto sobre aquela cena, podendo você entender da forma que quiser.
Na parte final, a atriz do filme encontra o diretor casado, e ele começa a chorar bem na hora que estava comendo. Então ele diz uma frase que eu gosto muito e que gostaria de compartilhar com vocês. Ele cita o romance de Tchekhov sobre o amor dizendo: “Só agora que eu percebi que o que nos impedia de nos amar era tão irrelevante”. Eu acho que depois de passar por altos e baixos, é isso que o diretor Hong Sang-soo quer dizer, que ele não vai deixar de se relacionar com a Kim Min-hee.
O diretor do filme é a forma como ele se vê depois de desistir desse amor, no filme ele mostra como isso seria. Mas então, Hong Sang-soo retrata todo o filme como o sonho da atriz. É ou não é muito confuso? Muito ambíguo? Enfim… os filmes dele são assim, não tem como ter certeza.
Nos últimos anos Hong Sang-soo foi selecionado para o festival de cinema de Berlim e ganhou o prêmio de Melhor Diretor por “A Mulher que Fugiu”. Na coletiva de imprensa alguém perguntou a ele: “A Mulher que Fugiu, ela fugiu da onde?”. Ele disse que ainda não tinha pensado bem sobre isso. Na verdade, esse tipo de resposta é a cara dele, parecendo um grande mestre oriental.
Acho que o público europeu e os críticos de cinema receberam muito bem as respostas incertas dele e todos ficaram tipo “UAU!”. Esse é o grande charme de um grande mestre oriental, ninguém entende, mas simplesmente acha muito legal.
“Na Praia à Noite Sozinha” deu a Kim Min-hee o prêmio do festival de cinema de Berlim. “A Mulher que Fugiu" deu a Hong Sang-soo o prêmio de Melhor Diretor do festival de cinema de Berlim. Por causa de todos esses problemas e amores em suas vidas, as suas carreiras foram levadas a um outro patamar. Será que eles se salvaram? Eles salvaram o filme? Ou o filme que salvou eles? Para ser sincera não tem como saber direito.
Por fim, as pessoas dentro e fora dos filmes se perguntam sobre o que é o amor? Quem pode amar? O que é o amor verdadeiro? Existe moralidade no amor? Bom, o filme deles já responde todas essas perguntas. Ali as pessoas podem encontrar algumas boas respostas.
Já aquelas pessoas que são contra eles, Hong Sang-soo e Kim Min-hee também usam os filmes como uma forma de resposta. Está tudo nos filmes, vejam! Depois de assistirem fica à vontade para comentar por aqui. Até a próxima.
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