Vamos falar sobre "Pânico (2022)"!
A quinta parte da série "Pânico" é, também, a primeira sequência que não tem um número no título. O filme dá continuidade à história já estabelecida na série, ao mesmo tempo que visa reiniciar a franquia.
Após 26 anos, Ghostface reaparece, e um grupo de adolescentes se torna seu alvo. Todos desconfiam de todos, especulando quem é o assassino e quem vai ser a próxima vítima.

Depois do boom do gênero do terror do século passado, acabou-se desenvolvendo uma fórmula testada e comprovada - em 1996, com a estreia do primeiro "Pânico", surgiram muitos elementos novos ao gênero.
Ao incorporar coisas da cultura jovem, um tom mais leve e bem-humorado e uma sensação de medo real, o filme criou uma experiência muito diferente.
Além disso, "Pânico" se inspira em filmes de terror anteriores, abraçando várias "regras" do gênero e subvertendo-as de uma forma única. Essa abordagem levou à criação de muitas ideias interessantes e novas dentro do próprio filme.

Mantendo a tradição dos quatro filmes anteriores, esta sequência mantém algumas regras interessantes:
- Nunca confie no amor;
- O motivo do assassino está sempre ligado a algo do passado;
- A primeira vítima sempre tem um círculo de amigos e o assassino faz parte dele;
- O filme sempre fecha o círculo;
- Nunca provoque a filha de um serial killer.

"Pânico 5 (2022)" mantém seu compromisso de desconstruir o gênero ao mesmo tempo em que desconstrói os anteriores a própria saga.
Esse recomeço também visa trazer um pouco de frescor - através dos personagens, ele critica e resume sarcasticamente vários comportamentos clichês do terror; no final, entretanto, ele não se liberta completamente das convenções estabelecidas.
A série “Pânico” é conhecida por sua mistura de cultura jovem e suspense, e ganhou fama ao oferecer uma nova visão do gênero. A máscara do Ghostface se tornou um fenômeno cultural e foi adotada por outras obras, como a série "Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado".
Neste último, o filme não hesita em atingir sua própria fanbase - cada assassino tem uma razão única, e o filme liga estreitamente esses motivos ao panorama atual das redes sociais e das comunidades de informações, proporcionando um terreno fértil para o encontro dos fãs obcecados.

Recomeços e sequências enfrentam desafios porque encontrar um equilíbrio entre satisfazer os fãs e atrair novos, evitando confusão ou decepção, pode ser uma tarefa e tanto. Cada espectador tem suas próprias expectativas e preferências, tornando difícil atender aos interesses de todos.
"Pânico 5" (2022) parece ter lidado com essa questão de forma inteligente, prestando homenagem a toda a série e, ao mesmo tempo, até certo ponto, criticando a cultura dos fãs - ele tenta desenvolver um novo valor para a franquia. Esta abordagem pode ajudar a manter o interesse dos fãs, ao mesmo tempo que atrai novos espectadores, injetando vitalidade e criatividade na série clássica - dominar esse equilíbrio é de fato crucial para sustentar uma franquia cinematográfica duradoura.

A série, como muitos filmes de terror, geralmente apresenta personagens que não são exatamente inteligentes, e é ainda mais irritante vê-los tentando ser.
Os espectadores, de sua perspectiva divina, são surpreendidos pelas várias ações tolas desses personagens, cheias de clichês - eles vão de razoavelmente inteligentes em um momento para mais burros do que uma porta no seguinte.
Claro, esta é uma escolha intencional no gênero; caso contrário, como proporcionariam ao público a satisfação intelectual de testemunhar os personagens navegando nessas situações perigosas?

A 5ª parte ainda apresenta um novo elenco de personagens que têm conexões com os personagens dos filmes anteriores:
- Sam Carpenter é a filha ilegítima de Billy Loomis de "Pânico" (1996);
- Wes é filho de Judy Hicks, a sobrevivente do Ghostface de "Pânico 4" (2011);
- Chad e Mindy são sobrinhos do falecido Randy Meeks de "Pânico" (1996);
- Vince Schneider é sobrinho de Stu Macher de "Pânico" (1996);
- Amber Freeman mora na velha casa em Turner Lane, onde Stu Macher morava.
A única personagem que não tem uma conexão direta com os originais é a adolescente Liv McKenzie, mas seu sobrenome sugere relaxão com o vizinho invisível mencionado no prólogo de "Pânico" (1996), Casey Becker.

Esta é a primeira parte da série que não foi dirigida por Wes Craven, o diretor original, que faleceu em agosto de 2015 de câncer.
Em homenagem a ele, foi criado um personagem chamado Wes, e, nos créditos finais, vemos uma dedicatória que, curiosamente, tem a mesma fonte dos títulos dos três primeiros filmes da série.




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