Um rugido de animação encheu o local quando Taylor Swift subiu ao palco. Após um hiato de cinco anos, a musicista estava de volta, usando seu vestido com franjas, uma peça brilhante que acentuava seu estrelato. Mais tarde, num longo vestido boêmio, acompanhada de melodias refrescantes, era como se o próprio vento fosse atraído em direção ao seu carisma, fazendo com que sua roupa e seu cabelo voassem.
Anos de experiência dotaram sua voz de profundidade; seu físico evoluiu, músculos esculpidos permitiram que dançasse de forma poderosa em sincronia com a música. A longa turnê começou em 18 de março de 2023 em Glendale, Arizona, e seu impacto foi tão profundo que a cidade mudou o próprio nome para "Swift City" durante os dias em que ela se apresentou lá.

Em 9 de agosto de 2023, foi concluída a primeira fase da “The Eras Tour”, que durou cinco meses em solo norte-americano. Sua influência era inegável, impulsionando impressionantes 50 bilhões de dólares, valor maior que o PIB de mais de 35 países, e chamando a atenção até mesmo do sistema de bancos centrais dos Estados Unidos. Em 4 de setembro, um documentário homônimo vendeu um recorde de 300 milhões de dólares, superando Vingadores: Ultimato. No último MTV Video Music Awards, Swift levou para casa nove prêmios importantes, incluindo o prestigioso Vídeo do Ano. Essas conquistas e sua influência refletem o nome da turnê: são as Eras de Taylor Swift!

Aos 6 anos, ela ganhou um violão de aniversário; aos 12, começou a escrever músicas e, aos 15, fez sua grande estreia – saiu de uma pequena cidade na Pensilvânia para o centro do cenário global da música. Ela levou sua demo para Nashville, o coração da música country americana, que alimentou estrelas como Elvis Presley. Lá, executivos disseram a ela que apenas donas de casa de 30 e tantos anos ouviam música country e que não havia lugar para uma garota.
Felizmente, a jovem, que foi rejeitada e chorou no caminho de volta para casa, conquistou as paradas com sua música – ela mostrou ao mundo que todos podiam cantar country.
Mas dúvidas e polêmicas nunca a abandonaram: quer tenha sido a música country estereotipada, as rígidas expectativas impostas pela sociedade às "boas meninas", ou o assédio online e os comentários depreciativos, ela esteve no lado sombrio da fama – e lutou. Essas vozes discordantes nunca saíram do seu lado nos seus anos de carreira.

No início, era vista como uma Barbie, título que, naquela época, era um reflexo do foco excessivo da sociedade no corpo e na aparência das mulheres – ao mesmo tempo, não podemos ignorar que a Barbie também simbolizava mulheres que, como Swift, tinham talento, inteligência e ambição. Mas isso não evitava os ataques frequentes – coisas como “um homem deve ter feito dela famosa” ou “ela é famosa por causa dos ex-namorados” eram ditas. Esses preconceitos e os preconceituosos ocultos passaram a fazer parte de um exército que ridicularizava a cantora.

Após aguentar anos de controvérsia e dúvidas, ela retornou em 2019 declarando que “A antiga Taylor estava morta” – em seu álbum "Reputation”, mostrou uma criatividade feroz e sem remorso, demonstrando sua capacidade de se livrar da imagem que tinham criado dela, superar os pessimistas e transformar a dor da traição em fonte de criatividade. Não queria mais ser a “Barbie”, a “boa menina” ou a “queridinha da América” – ela abraçou o apelido de “cobra”, declarando ao mundo “olha o que vocês me fizeram fazer”.
Depois de cair em desgraça e manchar sua reputação, ela se libertou e passou por uma transformação, um renascimento – emergiu como a insubstituível Taylor Swift! E, este ano, Barbie revelou ao mundo que uma Barbie pode usar tênis em vez de salto alto, ter um senso de identidade, temer a morte e desenvolver tecido conjuntivo – e está tudo bem, porque as Barbies, acordadas, decidem como viver no mundo real, buscando tanto a individualidade quanto a liberdade.
A Barbie não é mais a mesma, nem a Taylor. Hoje, ela se aventurou por uma floresta escura e espinhosa para se encontrar em uma natureza selvagem vibrante, assim como o palco espetacular da “The Eras Tour”, onde milhares de pessoas se reuniram por ela – a era da Taylor chegou!
“Lendo meu diário”
Durante a Eras Tour, vídeos no TikTok capturaram momentos marcantes – como a apresentação de "Love Story", que é a preferida para pedidos de casamento.

A música, escrita por Taylor aos 17 anos, foi inicialmente uma forma de expressar sua frustração com as restrições dos pais em sua vida amorosa – mas a paixão de um coração adolescente não é facilmente suprimida! Então, ela pegou emprestada a história de Romeu e Julieta, que Shakespeare escreveu com um final trágico que não lhe agradava, e reescreveu com um pedido de casamento de Romeu.
"Love Story" é considerada seu primeiro sucesso, impulsionando-a a se tornar a artista feminina mais vendida daquele ano, quando foi lançada em 2008. O álbum "Fearless", que incluía a canção, ganhou o prêmio de Álbum do Ano do Grammy e foi o álbum country mais premiado da história.
Clipe de "Love Story"

Taylor não esquece que "Love Story" é um símbolo para muitos de seus fãs – ela chegou a revelar que a cantou tantas vezes que, em um momento, se cansou dela; apesar disso, nunca tirou a música de seu setlist: ela sabia que seus fãs a usavam para embarcar em novas fases de suas histórias de amor!
Ela é uma estrela e um ídolo, mas insiste em escrever suas músicas como se estivesse escrevendo em seu diário. Suas letras e melodias funcionam como pontes, conduzindo os fãs passo a passo nas histórias de amadurecimento das mulheres.
"We Are Never Ever Getting Back Together" foi a primeira música dela que ouvi e, para muitos fãs, é considerada uma de suas “músicas de entrada”. Nela, que tem um de seus títulos mais longos, ela insere um diálogo onde fala sobre sua inspiração – ela descreve se sentir exausta e usa a música para declarar o fim do romance e o rompimento com o ex, tudo isso em um tom despreocupado, com ritmo e melodia otimistas. Ela diz às pessoas que o fim de um relacionamento não é necessariamente uma coisa ruim – também pode ser uma libertação e uma forma de se redescobrir.

Mas isso não é tudo: em suas composições, pode-se encontrar uma variedade de emoções e experiências. Em "Enchanted”, ela capta a magia do amor à primeira vista, quando as estrelas brilham; “Sparks Fly" mostra um amor apaixonado que dá vontade de beijar na chuva torrencial; em "Back to December”, a culpa de encontrar uma chama antiga, como uma rosa murchando no frio de dezembro.

A mentalidade de “boa menina”
Taylor expunha sentimentos genuínos e letras ousadas e diretas em suas canções, criando uma história de amor de amadurecimento. A garota da Pensilvânia se tornou um ícone cultural, destacando-se no mundo da música popular – mas ela não queria ficar confinada a essa imagem; ela cresceu e sua música evoluiu, fazendo a transição do country para um público pop mais amplo.
Ela mudou sua aparência para um visual mais sofisticado e chique, adotando cabelos curtos dourados e elegantes; a pureza dos vestidos de princesa e a inocência das camisetas e jeans foram substituídas por saltos altos e vestidos curtos e justos. Sua transformação foi declarada em "Welcome to New York".

No entanto, as controvérsias a seguiram. Em "Blank Space" ela zombou de si mesma e do retrato que a mídia fazia dela como uma namoradeira em série: "Tenho uma longa lista de ex-amantes, eles vão te dizer que sou louca". Em "Shake it Off”, ela voltou os holofotes para as histórias dos tabloides, indicando sua consciência, resiliência e capacidade de ignorar rumores e críticas.
Seu álbum pop de 2014, "1989", é considerado um dos maiores do gênero do século XXI, e lhe rendeu outro Grammy de Álbum do Ano – ela foi a primeira mulher a ganhar o prêmio duas vezes.

No entanto, a fama tem suas desvantagens: como destacou durante seu discurso na Universidade de Nova York em 2022, o mundo transformou sua vida amorosa em um esporte – e ela perdeu todos os jogos. Sua vida e crescimento se tornaram fonte de críticas e ataques.
Quando fez a transição para a música pop, os holofotes sobre ela ficaram ainda mais brilhantes, e ela teve até que evitar discutir suas crenças políticas em público. Não media esforços para manter a imagem de "boa menina", chegando ao ponto de passar fome para caber em um vestido tamanho 34. Ela se esforçava para evitar ações que pudessem gerar críticas.

Estão preparados?
Ela adotou um novo visual, caracterizado pelo delineador acentuado e o batom escuro, trocando o corte de cabelo por um estilo que revelava sua testa; transformou o símbolo da cobra, que havia sido usado contra ela, em um anel que usava com orgulho no dedo médio. Ela ergueu a cabeça, como se fosse desafiar qualquer um que ousasse questioná-la. Após um ano de silêncio, ressurgiu com o álbum "Reputation". Foi uma saída ousada, experimentando os estilos eletrônico, rap e R&B. Sua música e visual adquiriram uma estética sombria, sinalizando uma transformação e uma recuperação de sua narrativa – ela se declarava não mais a namorada da América, mas uma deusa vingativa.

No clipe de "Look What You Made Me Do”, ela aproveitou a oportunidade para abordar os anos de reações e críticas – transformando as experiências negativas em adereços e cenários. Ela usou o vestido prateado cintilante que vestia quando Kanye West a interrompeu no MTV Video Music Awards; as cobras, uma referência à campanha de ódio online contra ela, aparecem ao longo do vídeo.

A nova versão, mais sombria de si mesma, pisoteia suas personas anteriores. No início do vídeo, uma Taylor zumbificada se levanta de seu próprio túmulo e enterra simbolicamente a imagem da "namorada da América".

"Delicate" capturou suas hesitações. Sua maquiagem, que no passado era mais extravagante, foi atenuada. Ela canta: "Tudo bem eu ter dito tudo isso? Ainda é muito cedo para fazer isso?" – é uma música sobre o amor maduro e independente, sobre não depender mais de outra pessoa para ser feliz.
Esta transformação não foi apenas simbólica, mas estava enraizada na realidade. Em seu documentário, Miss Americana, Taylor falou sobre como um período de isolamento e críticas quase pôs fim a sua carreira, mas acabou fazendo dela uma mestra da composição. Ela não vivia mais para manter a imagem da “boa menina”; reconheceu que já estava farta e que precisava desmantelar esse sistema de crenças.
A velha ordem desmoronava enquanto uma nova tomava forma – ela não passava mais fome, abraçando seu corpo com confiança; ela encontrou aceitação para seu eu natural, e voltou ao palco com força e resiliência renovadas. Em 2019, lançou o álbum "Lover", que se afastava dos temas sombrios de "Reputation". Caracterizado por um som alegre e vivo, o álbum reflete a doçura do amor. Ele usa um esquema de cores para representar sua felicidade neste período de sua vida – era como uma borboleta saindo do casulo.

A faixa-título do álbum, "Lover", mostra ela abraçando sua vida amorosa. Ela canta sobre seu relacionamento e pinta um quadro de felicidade, ao contrário de suas canções anteriores; o clipe mostra cenas de seus momentos felizes com seu parceiro, até mesmo da época em que era apenas uma garota do interior com seu violão, bem como seus momentos desafiadores sob os holofotes.
Através de diversas experiências, a vida de Taylor se tornou cada vez mais colorida e rica, o que se reflete em sua produção criativa, marcada pela versatilidade de estilo e pela próspera autoexpressão.
As músicas não eram apenas sobre ela, mas também sobre a mãe que lutava contra o câncer; ela escreveu canções para a comunidade feminina, expressando seu descontentamento com o preconceito de gênero e reforçando a crença de que mulheres podem ser líderes; estendeu suas letras para ter empatia com grupos marginalizados e minoritários, dizendo-lhes para se orgulharem de sua existência; e, para quem a ofendeu, usou um tom de generosidade e humor, transmitindo que tudo no passado foi apenas um capítulo inicial.
A turnê das eras

Taylor tem olhado continuamente para o futuro e, como mulher na casa dos trinta, parece ter entrado no seu auge criativo. Apenas um ano depois de "Lover", surpreendeu o mundo ao lançar inesperadamente dois álbuns folk – "Folklore" e "Evermore" – dentro de meio ano. “Folklore” fez dela a primeira artista feminina a ganhar três vezes o Grammy de Álbum do Ano. Em 2022, lançou "Midnights”, que, tanto em estilo quanto em conteúdo lírico, lembrava aos fãs a época em que conheceram essa garota que adora música.
Desde sua estreia aos 16 até hoje, Taylor entregou dez álbuns. Ela diz que adora criar música, seja country ou pop, e que foi o apoio inabalável dos fãs que transformou sua paixão em realidade.
Nas apresentações da "The Eras Tour", Taylor selecionou 44 faixas de sua carreira e as condensou em um show de 3 horas – “Passaremos por uma aventura, uma era”, proclama. A configuração de palco é incomparável, de tirar o fôlego. A apresentação começa com um relógio gigante, implicando uma viagem musical no tempo; Taylor, em um macacão azul cintilante, entra no palco cheio com jogos de luzes e sombras.
Ao longo do show, ela muda de roupa 18 vezes – do azul rosado de "Lover" ao dourado brilhantes e icônico de "Fearless", o preto representando "Reputation", os tops e saias curtas de "1989" e o vermelho de "Red". A "Eras Tour" é um reflexo do crescimento e da evolução de Taylor Swift.

Além do deleite visual e auditivo, os mergulhos e as aparições de Taylor se destacam. Em um vestido vermelho, ela literalmente mergulha no palco e, por meio da tecnologia holográfica, se transforma em uma linda sereia de cauda vermelha nadando graciosamente em um palco banhado por tons azuis aquosos. Assim como a tela mostra ondas rodopiantes e uma névoa envolvente, a musicista, parecendo transcender a realidade, emerge prontamente no palco, subindo uma escada para o céu e desaparecendo nas nuvens, criando um espetáculo onírico e surreal.

Os fãs comentaram que assistiriam com prazer a um show de 3 horas só por ela, mas ela segue dedicada a não deixar pedra sobre pedra na criação de um espetáculo que deixe todos maravilhados – atenta ao design do palco, aos figurinos e aos mínimos detalhes.

Como disse a Universidade de Nova York quando lhe concederam um doutorado honorário em Belas Artes, Taylor Swift é um artista inovadora e influente, uma defensora dos direitos dos artistas e uma lutadora contra a discriminação. E uma das musicistas mais criativas e influentes do nosso tempo!
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