Analisando a falha de “Cuando acecha la maldad”

Spoilers

Cuando acecha la maldad” carrega um tom estranho e misterioso, um destaque na cena do cinema de terror americano, com uma distinção que é um ponto forte do filme. Além disso, apresenta um estilo tranquilo, mas caótico, baseado em sua atmosfera misteriosa, habilmente executada pelo diretor para manter o ritmo adequado. No entanto, dois aspectos se destacam e merecem elogios: a música e a cinematografia.

(*A review se concentra principalmente na avaliação e sugestões sobre o final. Avance se as seções sobre pontos fortes não forem de interesse. *O texto apresenta pontos de vista pessoais.)

Pontos fortes


Cinematografia


A abertura apresenta uma tomada de 1 minuto e meio, mostrando ao público um mistério intrigante: tiros durante a noite. Essa sequência envolve efetivamente os espectadores, acompanhando os dois personagens principais investigando a origem dos tiros. O filme apresenta os protagonistas e entrelaça suas conversas e movimentos nesta longa cena de abertura, que acrescenta um apelo artístico.

A cinematografia se destaca no controle dos movimentos da câmera, sincronizados perfeitamente com o enredo e a música – por exemplo, a cena em que o cachorro possuído pelo demônio leva embora Vicky, filha da ex-mulher de Pedro, envolve uma perseguição de dois personagens. Além disso, o movimento da câmera durante o clímax, em que Jaime dirige e encontra Sabrina possuída, mostra uma cinematografia envolvente e contínua. As transições e ângulos despertam a curiosidade e proporcionam os momentos esperados, criando uma experiência de visualização excepcional.

Música


Além da cinematografia, a trilha sonora merece elogios – seu estilo complementa apropriadamente o enredo e a fotografia. A música serena, atmosférica e um tanto triste durante cenas calmas complementa lindamente o enredo perturbador e bizarro; ela se intensifica nos momentos de tensão, permanecendo nos ouvidos do público; ela fala por si e é louvável sem maiores elaborações.

Pontos fracos


Em primeiro lugar, faltam explicações claras em algumas partes, resultando em lacunas significativas na trama. A premissa tem semelhanças com a da série "Uma Noite Alucinante", principalmente na transmissão do demônio, em como se espalha de uma pessoa para outra – o filme não descreve explicitamente isso, gerando ambiguidade. Apesar disso, através da trama, entende-se que o contato com animais/pessoas possuídos por demônios ou seus pertences levam à transmissão, e ações que violam as sete regras resultam em transmissão.

No entanto, o motivo pelo qual Pedro e Jamie permanecem inalterados segue inexplicável. O tiro de Armando na cabra possuída faz com que o demônio deixe o animal e possua sua esposa, resultando em sua morte. O cachorro da casa da ex-mulher fica possuído ao cheirar as roupas de Pedro, infectando Vicky ao ser mordida. O protagonista e sua ex-mulher interagem diretamente com a possuída Vicky, mas não estão infectados. Pedro, principalmente, interage com itens relacionados ao possuído pelo demônio Uriel, presencia o cachorro sendo baleado e depois contata a estudante possuída, mas permanece não infectado. Por quê?

Esta questão pode não exigir uma explicação aprofundada, mas o final do filme prejudica significativamente todo o resto.

O fim


A parte mais prejudicial para o público é a repentina falta de inteligência de Pedro. Apesar de Mirta, a mulher com experiência demoníaca, aconselhá-lo a evitar ser provocado pelas palavras do demônio e a se abster de ações movidas pela raiva, sabendo que a vitória está próxima, ele sucumbe imprudentemente às provocações do demônio. Essa repentina demonstração de imprudência, contradizendo as informações já estabelecidas do personagem, parece descaradamente uma reviravolta forçada na história. Ao longo do dia, Pedro alerta continuamente Léo, atual marido de sua ex-mulher, para não atirar no cachorro possuído e segue à risca a regra de não usar a lanterna ao entrar na cidade à noite, demonstrando adesão às sete regras. O design do final contradiz traços de caráter previamente estabelecidos, deixando um gosto amargo na boca do público.

Além disso, o filme se desvia do caminho certo após Jair, o filho mais velho, ser possuído. Depois de mostrar explicitamente a possessão e atingir o clímax, o filme diverge em duas direções: a cena da mãe e a cena do exorcismo de Mirta. Essa estrutura narrativa dupla poderia ter criado uma tensão intensa e levado a história ao clímax; porém, a sequência da mãe desaparece e a cena de Mirta encerra o filme, criando uma narrativa insatisfatória e conflitante.

O final não consegue elevar a tensão emocional; embora não escolher um clímax dramático não seja inerentemente problemático, esta trágica vitória do mal sobre o bem deveria ter causado um impacto mais profundo. No entanto, a decisão em relação à súbita falta de inteligência e ações ilógicas de Pedro leva a um final insatisfatório e frustrante, não conseguindo entregar uma narrativa convincente e coerente.

Para melhorar o final, a narrativa poderia ter sido enriquecida – por exemplo, a mãe, que conhece as sete regras, poderia ter confrontado ou evitado o demônio, enquanto a outra cena com o exorcismo de Mirta poderia ter sido entrelaçada com um conteúdo mais convincente. Ao manter uma estrutura narrativa dupla, poderia ter mantido o público envolvido, deixando-o curioso sobre o destino da mãe. Conectar a cena final com Jair consumindo a carne da mãe poderia ter aumentado a riqueza narrativa, proporcionando mais profundidade e envolvendo as emoções do público. Além disso, o filme se abstém notavelmente de qualquer susto.

No geral, “Cuando acecha la maldad” apresenta uma cinematografia notável e uma trilha sonora envolvente. No entanto, sua falha está em um final ilógico que contradiz traços de caráter estabelecidos. Abordar essas inconsistências no comportamento dos personagens e enriquecer o conteúdo narrativo no final poderia ter salvado o impacto de um filme promissor.

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