Você se lembra de "Eu Sou a Lenda", com Will Smith? 15 anos se passaram desde que o filme foi lançado e ele vai ganhar uma sequência – a notícia foi revelada pelo próprio Will no Red Sea Film Festival: ele fará uma parceria com o novato Michael B. Jordan em “Eu Sou a Lenda 2”. Além disso, foi dito que o roteirista original, Akiva Goldsman, também voltará.
A notícia me surpreendeu muito. Você se lembra do final do primeiro filme? Robert Neville (Will Smith), o cientista, extrai soro de um zumbi curado e pede para Anna e o Ethan fugirem com ele à medida que um grande número de zumbis se aproxima; ele detona uma granada, sacrificando-se junto com a horda. No final, os dois chegam ao assentamento dos sobreviventes com o soro que pode curar toda a humanidade, e Rob se torna uma “lenda”. Se ele é confirmado como morto, então como Will Smith ainda é o protagonista?
Acontece que a versão em DVD do filme original incluía um final alternativo: Robert Neville não morre e descobre que os zumbis também evoluíram – agora, eles possuem humanidade. O cientista se reconcilia com eles, e é aí que a sequência começa.
Trazer de volta personagens mortos não me surpreende mais, e é razão suficiente para comparar esse filme com outros que me deixaram coçando a cabeça – "Avatar 2", "Vingadores 3", "Vingadores 4", "Guardiões da Galáxia 3”, “O Senhor dos Anéis 2” e a sequência clássica “O Exterminador do Futuro 2”. Os três primeiros, especialmente “Avatar 2”, fizeram um péssimo trabalho, enquanto os três últimos foram mais inteligentes na sua abordagem à ressurreição.
Os ruins
"Avatar 2"
A reintrodução do antagonista em “Avatar 2” é incrivelmente artificial e reflete a preguiça do roteiro. É um retorno forçado, já que James Cameron nem se preocupou em dar uma explicação para a ressurreição – o personagem volta através da “tecnologia avançada de clonagem”. Essa preguiça fica ainda mais evidente no fato de que a versão clonada se comporta da mesma forma que o original: é um fomentador de guerra que odeia irracionalmente a família do protagonista. Tudo o que o filme precisava era de um antagonista forte, e essa simplicidade diminui muito minha impressão dele – não acredito que uma sequência como essa precisaria de dez anos para ser feita (como afirmou Cameron).

Ao final do terceiro filme, Thanos estala os dedos e metade dos heróis desaparece junto com uma parte da população do universo – é realmente uma cena angustiante, mas não me fez sentir triste de verdade (eu sabia que eles voltariam no quarto filme). A maioria deles ressuscitou, embora alguns tenham permanecido ausentes devido a contratos e problemas de pagamento.
“Vingadores 4” é um excelente filme, mas algumas coisas me desagradam, principalmente a falta de criatividade e esforço. Depois de toda a construção em volta das Joias do Infinito, achei a exibição de seu poder destrutivo decepcionantemente simples – pareceu muito barato para um blockbuster com um orçamento de mais de US$200 milhões. Quase me senti enganado.
Além disso, a escolha dos heróis que desapareceriam pode parecer aleatória, mas foi muito cuidadosa. Imagino as conversas na sala dos roteiristas: “O poder dele é difícil de projetar”, “a personalidade desse é muito complicada”, “esse custa muito caro”.

Os bons
A ressurreição de Gamora em “Guardiões da Galáxia 3” não foi convencional – ela serve para completar o arco do Senhor das Estrelas, ilustrando sua aceitação da realidade e sua capacidade de superar o luto. A morte de Gamora em “Vingadores 4” me pegou de surpresa, já que ela não volta com os heróis ressuscitados. Quando é trazida de volta em “Guardiões 3” com a justificativa do “universo paralelo”, primeiro pensei que fosse apenas mais um truque da Marvel; mas com o desenrolar da história, descobrimos que essa versão da personagem é completamente diferente da anterior – apesar da semelhança física, eles não são a mesma pessoa. O Senhor das Estrelas também acaba percebendo isso e se despede da nova Gamora, aceitando a perda de seu amor e iniciando uma nova jornada.

"O Senhor dos Anéis: As Duas Torres"
A ressurreição de Gandalf foi cuidadosamente planejada, já que sua partida e renascimento têm um significado para todos os personagens da história. No primeiro filme, o mago luta contra um Balrog e ambos aparentemente morrem em um enorme abismo. Mas Gandalf é o pilar de apoio de todos, então seu sacrifício para permitir que os outros continuem sua jornada cria uma aventura ainda mais perigosa. No segundo filme, quando tudo parece perdido, ele aparece como um salvador com majestosas vestes brancas – naquele momento, senti alívio e muita alegria. O filme demonstra sua dura batalha com Balrog após cair do abismo, o que me faz sentir que a ressurreição de Gandalf tem peso – ele viveu muitas dificuldades e provações para se tornar um personagem completo.

O T-800 de Arnold Schwarzenegger em “O Exterminador do Futuro 2” é trazido de volta à vida de maneira semelhante à que vemos em “Avatar 2” – a única diferença é que, aqui, vemos um robô que pode ser reproduzido. “Exterminador” se sai melhor por causa da transformação do T-800 de vilão em herói – no primeiro filme, ele é um antagonista frio e sem emoção, enquanto no segundo tem a missão de proteger a humanidade. Essa mudança significativa não apenas me fez, como espectador, aceitar plenamente sua ressurreição, mas também me deu esperança de seu retorno em filmes seguintes.

No final das contas, ressuscitar personagens não é sempre inaceitável; no entanto, é melhor que a ressurreição sirva ao propósito de aprimorar o filme, seja melhorando a história, desenvolvendo outros personagens ou transmitindo melhor o tema – no mínimo, tem que fazer sentido. Ressurreições fracas muitas vezes deixam uma sensação de pressa, seja por preguiça dos criadores ou por razões comerciais, como salários e contratos. Mesmo em filmes comerciais, o público consegue perceber se há sinceridade ou não.
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