“Rivais”: um tipo diferente de triângulo amoroso

Pelos trailers, parece que "Rivais", filme de Luca Guadagnino protagonizado por Zendaya, Josh O'Connor e Mike Faist, é sobre um típico triângulo amoroso com o mundo do tênis como pano de fundo. Ele acompanha a vida dos três, cada um com sua conexão única com o esporte, enquanto navegam pelas complexidades de seus relacionamentos – mas a abordagem do triângulo e a dinâmica dos personagens podem ser diferentes do que você espera. Além da forte tensão sexual, a trama dá reviravoltas inesperadas, prendendo sua atenção o tempo todo.

Com suas técnicas narrativas literárias, “Rivais” oferece ricas possibilidades interpretativas. Guadagnino emprega uma abordagem narrativa não linear, entrelaçando as experiências passadas dos três personagens durante uma partida. Essa técnica, conhecida como “narrativa em flashback”, perturba a ordem cronológica; o filme ajusta repetidamente nossas percepções dos personagens, oscilando o sentimento de identificação do público com eles. Ela também revela as contradições e confusões ocultas sob a superfície dos personagens, expressando uma persuasão sutil, mas convincente, quase intuitivamente.

Além disso, “Rivais” se destaca por expor sutilmente pontos-chave por meio de detalhes que marcam e proporcionam uma reviravolta. Por exemplo, uma conversa aparentemente insignificante entre dois personagens no início prenuncia um grande desenvolvimento da trama mais tarde. Esses detalhes permitem múltiplas interpretações da mentalidade dos personagens sem declará-las explicitamente, aumentando a profundidade do filme.

O filme termina abruptamente num momento de grande tensão, impactando o espectador a permanecer sentado, refletir sobre a trama e interpretar as situações dos personagens. Essa abordagem permite que “Rivais” dependa menos de efeitos especiais ou cenas espetaculares.

Para os fãs de Guadagnino, vê-se como ele se diverte nas cenas das partidas, com sua experimentação lúdica de movimentação de câmera, lembrando até a estética dos videogames. Essas cenas dão uma ideia da intensa concentração dos jogadores sob sua perspectiva, aproximando o público da ação na quadra.

As atuações de Zendaya, O'Connor e Faist são excelentes, cada uma retratando adequadamente os traços de seus personagens. Zendaya, em particular, exala uma presença imponente que valoriza significativamente o filme, contribuindo para o delicado e frágil equilíbrio das relações entre os três personagens.

Resumindo, “Rivais” é um filme que merece toda a atenção; ele respeita e confia no público, evitando flashbacks baratos e colocando elementos cruciais nos mínimos detalhes, sem serem explicitamente declarados.

Ao deixar os aspectos críticos não ditos e usar o silêncio como técnica de apresentação, o filme deixa uma impressão que ressoa como o som nítido de uma raquete batendo em uma bola de tênis na quadra. Esta é a experiência visual que “Rivais” oferece.

Pontos de luz

Ilumine e aumente a visibilidade — seja o primeiro!

Comentários
Bombando
Novo
comments

Compartilhe sua opinião!

Seja a primeira pessoa a iniciar uma conversa.

0
0
0
0