A forma de reprodução dos aliens é absurda 

Alien: Romulus é emocionante; e sua protagonista, Cailee Spaeny , é deslumbrante. O filme, porém, não aborda questões sobre os Xenomorfos que me intrigam há anos.

Eu não teria tantas dúvidas se os monstros da série Alien apresentassem formas mais comuns de horror: criaturas projetadas puramente para emoções sensoriais cuja sobrevivência não é questionada. Quando são levadas a sério, o entretenimento só enfraquece.

Os Xenomorfos são desse tipo, tratados como um clássico de ficção científica pelos usuários de Peliplat, assim como pelos de muitos outros sites por aí; fãs escrevem textos explorando as complexidades de sua biologia e reprodução. Há discussões sobre tudo — do simbolismo do Facehugger (ou Abraçador) ao papel do Xenomorfo como um esperma cósmico — que abriram meus olhos para a profundidade das criaturas e me fizeram levar a saga a sério, vendo os Xenomorfos de uma perspectiva científica.

Mas não importa o quanto eu analise, não consigo entender algumas coisas: como funciona o sexo deles? E como diferentes tipos de Xenomorfos trabalham juntos?

Vamos começar com o sexo. Por que isso importa? Porque o foco da saga é a reprodução da espécie, na qual o sexo desempenha um papel crucial. Para explicar por que estou tão confuso, vou resumir o ciclo de vida da espécie apresentado nos filmes:

Tudo começa com a Rainha, mostrada no segundo e quarto filmes, uma criatura enorme e pesada.

A Rainha não é muito agressiva; sua função principal é botar ovos que eclodem quando um humano ou outra criatura se aproxima, liberando Facehuggers que rapidamente se prendem a um hospedeiro.

O Facehugger, então, fecunda o hospedeiro com Chestbursters (ou Estoura-Peitos) que, quando maduros, emergem violentamente de seu peito, matando-o imediatamente.

Esses Xenomorfos maduros carregam o DNA tanto da Rainha quanto da espécie hospedeira, resultando em várias formas diferentes: as mais comuns são as semelhantes a humanos, que vemos em todos os filmes; há, também, as parecidas com cães de Alien 3, meu primeiro filme da franquia — aqueles seres pequenos, rápidos e assustadores se tornaram meu pesadelo de infância; o Predalien, de Alien vs. Predador, combina a ferocidade do Xenomorfo com os instintos guerreiros do Predador, criando um inimigo digno; e não vamos nos esquecer

do Xenomorfo nascido dos Engenheiros em Prometheus. Tanta variedade oferece infinitas possibilidades criativas para o terror.

Mas voltando à Rainha: ela é uma fêmea? Intuitivamente, sim; porém, quando penso mais a fundo, as coisas não batem.

Primeiro, como ela se reproduz? Nunca vimos cenas de acasalamento.

Segundo, há a questão da hereditariedade do DNA. A elogiada cena de abertura de Alien - O 8º Passageiro usa simbolismo para sugerir a enorme nave alienígena como um útero, com o ovo Xenomorfo iniciando o processo de reprodução. O próprio Xenomorfo age como esperma, vendo todas as coisas vivas como “fêmeas”.

Terceiro, de um ponto de vista genético, o Xenomorfo deveria ter apenas um cromossomo Y que lhe permite combinar-se com o DNA de outra espécie e se transformar nas variadas formas que citei. Se tivessem diferenças sexuais, o DNA se combinaria dentro do estágio de ovo, impossibilitando a presença de DNA hospedeiro.

Mas se não há diferenças sexuais, como alguns Xenomorfos se tornam Rainhas? É um paradoxo que não consigo entender.

Ironicamente, há várias metáforas sobre sua reprodução enfatizadas por discussões repetidas — como, por exemplo, na cena de abertura já mencionada de Alien - O 8º Passageiro. Eles até usam a ideia mostrada nela como prova do cenário complexo do filme.

Não sei como conseguem negligenciar a biologia básica ao mesmo tempo que criam monstros com características tão detalhadas. É como uma casa bem decorada em uma fundação instável — não é habitável.

Ainda há a questão da divisão de trabalho entre os Xenomorfos.

Os roteiristas supostamente se inspiraram em formigas ao projetar a sociedade Xenomorfa. Em colônias de formigas, a rainha cuida da reprodução, as operárias coletam alimentos e as soldados defendem o ninho.

E entre os Xenomorfos? Não consigo ver uma divisão clara. A Rainha põe ovos, mas nenhum Xenomorfo coleta comida para ela. Os Xenomorfos maduros parecem existir apenas para matar — fico imaginando como o massacre indiscriminado beneficia a espécie, dificultando que seus irmãos encontrem corpos adequados para habitar ao matar potenciais hospedeiros. Se eles forem muito fortes e matarem todos os hospedeiros, acabarão morrendo porque não têm como se reproduzir; se não forem fortes o suficiente, seu comportamento violento atrai inimigos, como quando Ripley incendeia a Rainha em Aliens: O Resgate, levando-os à extinção.

Quer os Xenomorfos derrotem a humanidade ou não, parecem fadados à extinção. Eles dificultam vê-los como uma espécie sustentável, nos fazendo questionar sobre sua reputação como uma ameaça cósmica avançada. Espécies verdadeiramente poderosas devem buscar equilíbrio com outras — como fez o vírus da COVID-19, que sofreu mutação para coexistir com os humanos. Até nós, humanos, frequentemente vistos como um vírus na Terra, nos esforçamos para proteger o ambiente e garantir nossa sobrevivência.

Talvez encontrar uma maneira de coexistir com a humanidade seja a única esperança de sobrevivência dos Xenomorfos.

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