As Quatro Estações do Ano: Tina Fey Reinventa o Clássico com Humor, Emoção e Diversidade

Tina Fey, com sua inteligência afiada e olhar perspicaz para relações humanas, transforma As Quatro Estações do Ano, um filme de 1981 de Alan Alda, em uma minissérie de oito episódios que não apenas atualiza a narrativa original, mas a supera em profundidade e relevância. Co-criada por Fey, Lang Fisher e Tracey Wigfield, a série mantém a premissa de três casais que compartilham férias sazonais, mas injeta uma sensibilidade moderna, com maior diversidade e um tom que equilibra comédia, drama e introspecção. A adaptação é bem-sucedida ao preservar o charme “aconchegante” do original, enquanto expande sua ressonância emocional e cultural, tornando-se um reflexo autêntico das amizades e casamentos na meia-idade.

Um dos maiores triunfos da série é a inclusão de Danny (Colman Domingo) e Claude (Marco Calvani), um casal gay interracial que substitui um dos casais heterossexuais do filme. Essa mudança não é apenas um aceno à diversidade, mas uma expansão orgânica da narrativa, mostrando que todos os casais, independentemente da orientação, enfrentam dilemas universais. Danny, um designer carismático, e Claude, um italiano emotivo preocupado com a saúde do marido, lidam com as tensões de um casamento aberto e as pressões de responsabilidades adultas.

Suas brigas e momentos de ternura — como Claude insistindo em cuidar de Danny — são retratados com a mesma autenticidade que os conflitos dos outros casais, como a crise de Nick (Steve Carell) e Anne (Kerri Kenney-Silver) ou as tensões sutis entre Kate (Tina Fey) e Jack (Will Forte). A série apresenta Danny e Claude de forma natural, permitindo que suas lutas e alegrias falem por si, sem estereótipos ou moralismos, reforçando que o amor e seus desafios transcendem categorias.

A mistura de humor, emoção e drama é a alma de As Quatro Estações do Ano. Fey, conhecida pelo ritmo frenético de 30 Rock, opta por um tom mais contido, mas não menos afiado.A estrutura sazonal, com dois episódios por estação, é um acerto narrativo que dá à série uma cadência única. Cada temporada — primavera em uma casa de lago, verão em um eco-resort, outono em uma faculdade e inverno em uma estação de esqui — funciona como um microcosmo das mudanças nos relacionamentos.

A fotografia, com locações visualmente ricas, reforça o simbolismo do ciclo da vida, enquanto a trilha de Vivaldi sublinha as transições emocionais. Diferentemente do filme, que condensava a história em 107 minutos, a série usa seus oito episódios para dar profundidade a cada personagem, até mesmo à inicialmente caricata Ginny (Erika Henningsen), que evolui para além do estereótipo da “namorada jovem”

As Quatro Estações do Ano não é nenhuma adaptação de Cenas de um Casamento, com sua dissecação crua de um relacionamento, mas uma celebração calorosa das amizades e casamentos que persistem apesar das falhas. Sua dinâmica sazonal, que espelha o fluxo natural da vida, funciona melhor que o filme de 1981, cuja estrutura mais curta limitava a exploração dos personagens. A série de Fey, com sua mistura equilibrada de humor, emoção e drama, e a inclusão de um casal gay que enriquece a narrativa, oferece uma visão mais completa e contemporânea das relações humanas.

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