
Pinceladas Iniciais
Eu sempre defendi que a magia do cinema não está apenas na tela, mas na escuridão partilhada. É um pacto silencioso: entramos numa sala com estranhos para viver, por duas horas, uma outra realidade. Contudo, há dias em que o verdadeiro espetáculo não é projetado a 24 frames por segundo. Há dias em que a realidade sentada ao nosso lado — e à nossa frente — é mais chocante, bizarra e, por que não, inesquecível do que qualquer guião de Hollywood. Eu fui ao cinema em busca de ficção e encontrei um documentário sobre a estranheza humana.

Pinceladas Centrais
A Trama Dupla que Roubou a Cena
O filme prometia um suspense de cortar a respiração. Mal sabia eu que a verdadeira tensão estaria no meu próprio assento, o infeliz número 12 da fila G. De um lado, o assento 11. Do outro, o 13. Ambos ocupados por um casal cuja missão, aparentemente, não era ver o filme, mas sim tentar uma fusão labial que desafiava as leis da física e da boa educação.

A sua performance era uma trilha sonora à parte. Enquanto na tela o protagonista fugia de um assassino, eu ouvia uma sinfonia de estalos e sussurros apaixonados. Tornei-me o espectador involuntário de um romance pegajoso, um pilar humano a dividir dois amantes que se moviam como se estivessem sozinhos no universo. A pergunta que ecoava na minha mente não era se o herói sobreviveria, mas sim: "Para onde eu devo olhar?". O meu pescoço ficou rígido, os meus olhos cravados na tela como se a minha vida dependesse disso, tentando ignorar a coreografia periférica.

Mas o clímax da minha noite ainda estava por vir. O filme acabou, os créditos subiram e, com eles, as luzes da sala começaram a acender lentamente, resgatando-nos da ficção. Foi nesse momento de transição, entre a penumbra e a claridade, que a segunda trama se revelou. Duas filas à minha frente, um homem levantou-se. E no gesto mais casual e, ao mesmo tempo, mais surreal que já presenciei num cinema, ele... subiu as calças. Não era um simples ajuste no cinto. Era o ato inconfundível de puxar as calças desde as coxas até à cintura, seguido do fecho rápido do zíper.

O que teria acontecido naquela fila? Teria sido uma soneca tão profunda que a roupa se descompôs? Uma reação extrema ao filme? Um ato secreto que a escuridão protegeu? A minha mente, já cansada de desviar-se de beijos, agora fervilhava com perguntas para as quais nunca teria resposta.

Pinceladas Finais
A Realidade é Mais Estranha que a Ficção
Saí do cinema sem saber ao certo qual filme tinha acabado de ver. Assisti a um romance, a um mistério e, em algum lugar no meio, a um suspense. Aquela noite ensinou-me que, por mais que procuremos escapar para mundos fantásticos, o fator humano é o elemento mais imprevisível de todos.

Esqueci-me do final do filme que paguei para ver, mas a imagem daquele casal e, sobretudo, do homem e das suas calças, ficou gravada na minha memória. O cinema incomum, descobri eu, não acontece apenas na tela. Às vezes, ele está sentado ao nosso lado, respirando, beijando e... ajustando a roupa na penumbra, à espera que ninguém repare. As luzes acenderam-se, a sessão terminou, mas a minha perplexidade continua em cartaz.
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