"Se as pessoas vomitam ao ver meus filmes, sinto como se estivesse recebendo aplausos."
O humor, a transgressão e a crítica social são a essência das obras de John Waters, uma referência do cinema trash que transformou o mau gosto em uma forma de arte. Nascido em Baltimore na década de 1940 e fascinado desde a infância pelo provocativo, violento e grotesco, Waters criou um cinema em que o humor e o desconforto se entrelaçam em busca da quebra de barreiras sociais.
Walters estilhaça as narrativas da cultura popular, transformando o vulgar em entretenimento satírico com obras como Pink Flamingos (1972). Filmadas com baixos orçamentos e uma estética crua, elas exemplificam seu estilo kitsch distinto ao exibir tomadas trêmulas e ângulos extremos que acentuam o absurdo por meio do caos.
Sua maturidade como diretor se reflete na evolução de seu trabalho com filmes como Polyester (1981) e Hairspray: E Éramos Todos Jovens (1988), em que ele usa trilhas sonoras irônicas para enriquecer a ação. No entanto, sua forma de fazer cinema ainda continua comprometida com a celebração do estranho, do não convencional e do grotesco.