A gente vive dizendo que a vida e a arte imitam uma à outra, mas não sei se paramos para pensar o quanto isso é verdade. E mais ainda, muito mais do que só às vezes, a realidade é mais estranha do que a ficção…
Ou, neste caso, mais assustadora. Pois estamos aqui hoje reunidos para desvendar a história real por trás da invenção de três grandes vilões do cinema que todos conhecemos: Norman Bates, de “Psicose" (1960), Leatherface, de “O Massacre da Serra Elétrica”, e Buffalo Bill, de “O Silêncio dos Inocentes” (1991). Vocês acreditariam se disséssemos que todos os três foram inspirados no mesmo cara?
Pois tranquem suas portas, chamem seus santos, é hora de começar a acreditar na história e ações de um assassino que, diferentemente desses dos filmes, não teve nada a ver com ficção e foi muito, muito real.
Edward Theodore Gein nasceu no estado de Wisconsin, nos EUA, em 1906, e antes de ser apreendido pelas autoridades, deixaria um legado sangrento de assassinatos, suspeitas e toda sorte de ações mórbidas. Ao longo desse período, Ed Gein, como ficou conhecido, se tornou um assassino e ladrão de lápides cujos atos foram tão horripilantes que, após ter sido considerado inapto para julgamento por motivos de insanidade, o americano foi despachado direto para um hospital psiquiátrico.
Porém não antes de que cometesse atrocidades tão bizarras quanto assustadoras. Gein cometeu dois assassinatos, incluindo a mãe do vice-xerife da região, e uma senhora dona de um galpão local. Além disso, suspeita-se que ele tenha sequestrado outras cinco pessoas.
A casa de Gein em La Crosse, cidade onde vivia, foi o próprio cenário do terror. Depois da prisão, as autoridades encontraram na casa narizes, cabeças decapitadas, e máscaras e tigelas feitas de pele humana; tudo isso roubado de covas do cemitério local.
Ed Gein faleceu aos 77 anos na instituição psiquiátrica à qual foi confinado e sua biografia foi dramatizada no cinema com o filme “Ed Gein: The Butcher of Plainfield” (2007) ["Ed Gein: O Açougueiro de Plainfield", em tradução livre].
→ “Psicose” (1960)
- Na instituição onde Gein passou o resto da vida, os psiquiatras passaram a analisar o comportamento e as ações do assassino, levantando a hipótese de que ele teria costurado roupas feitas a partir de peles de mulheres a fim de “recriar” sua mãe, que havia falecido na época.
- Este detalhe chamou a atenção de Robert Bloch, autor do romance no qual “Psicose”, de Alfred Hitchcock é baseado. Mais do que surpreso com a coisa toda, o autor escreveu uma obra na qual o protagonista era obcecado pela mãe. O livro foi publicado em 1959, apenas um ano antes do lançamento do filme e subsequente nascimento de Norman Bates, um dos mais emblemáticos psicopatas do cinema.
→ “O Massacre da Serra Elétrica”
- Mesmo que a franquia não tenha um personagem direta ou totalmente inspirado pelo serial killer, muitos dos detalhes colocados pelo diretor Tobe Hooper fazem referência a Gein.
As maiores são os fatos de que Leatherface usa máscaras feitas de pele humana, informação que já vem dada no próprio nome do vilão - que é outra grande referência; “leather” sendo couro e “face”, rosto, em inglês. Além disso, a decoração da casa do assassino contar com partes de corpos humanos e a possível característica canibal do personagem também estão ligadas ao estadunidense.
→ “O Silêncio dos Inocentes” (1991)
- O vilão (no caso, o que está sendo procurado, e não o Dr. Lecter) desse filme, Buffalo Bill é inspirado na mistura de pelo menos quatro serial killers [haja maluco solto por aí, arrede!]: Ed Gein, Ted Bundy, Gary Heidnick e Edmund Kemper. Ficaremos agora com a parte que nos toca, que o resto é pano pra mais de manga de outro(s) artigo(s), né?
- A parte que traz a memória de Gein e inspiração no assassino é a constante construção de um traje feminino feito da pele humana de vítimas mulheres, além também possivelmente do sequestro serial das vítimas.
Ted Levine como Jame Gumb, vulgo ‘Buffalo Bill’
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