Sou muito fã de carros e robôs, mas estava sem muitas expectativas para o filme mais recente da franquia Transformers. Apesar disso, ainda assisti assim que entrou para o catálogo das plataformas de streaming.
Infelizmente, foi uma grande decepção. Depois que Michael Bay deixou a franquia, eu esperava que os novos diretores e atores pudessem dar uma nova vida a ela, mas, mais uma vez, me decepcionei.
Não apenas as habilidades de combate de Optimus Prime, o líder dos Autobots, foram significativamente reduzidas, mas ele também foi facilmente derrotado pelos antagonistas várias vezes. Até Bumblebee, que havia se mostrado promissor no filme independente anterior, teve um tempo de tela muito limitado.
Para mim, o que é ainda mais difícil de aceitar é que os carros apresentados no novo filme foram drasticamente simplificados.
Carros em Transformers: O Despertar das Feras
A única coisa que me impressionou no novo filme foi o Phantom, cuja forma de carro é um Porsche 911 Carrera RS.
Esse carro pertence à geração 964 do Porsche 911, especificamente o modelo Carrera RS 3.8. A versão Burning 3.8 apresentada no filme é feita exclusivamente para a Europa, com apenas 55 unidades produzidas, o que a torna extremamente rara. O carro é equipado com um motor 3.8 litros M64 turbo de seis cilindros, um corpo largo como o modelo Turbo e uma asa traseira de camada dupla.
Embora o filme seja ambientado na América do Norte, esse modelo raro não foi usado durante a produção. Em vez disso, eles modificaram cinco 911s regulares para cenas especiais, saltos e cenas rápidas na direção inversa. Na versão original do desenho animado, The Transformers (1984), Phantom era um carro de corrida de Fórmula 1 Ligier JS11. Entretanto, o 911 foi escolhido para o filme por ser menos chamativo nas ruas.
Além do Phantom, Bumblebee mudou do Fusca, do filme anterior, para um Chevrolet Camaro 1977, que é um modelo clássico, mas que evoca uma sensação de nostalgia. O que quero dizer é que ver o carro antigo no filme faz você sentir a passagem do tempo, mas não necessariamente faz com que você queira ter um modelo de carro igual.
Carros em Transformers (2007)
Em comparação com os filmes mais recentes de Transformers, o original de 16 anos atrás me marcou muito após a introdução de vários Autobots e Decepticons. Mesmo agora, quando assisto a esse filme clássico novamente, ainda acho os carros apresentados muito legais e adoraria ter todos eles.
Caros leitores, se vocês chegaram até aqui, devem ser fãs de Transformers. No entanto, talvez vocês não se lembrem de todos os detalhes do filme lançado há 16 anos. Para complementar este artigo, eu assisti ao primeiro filme novamente e descobri que até hoje ainda consigo me emocionar. Vou listar alguns dos modelos de carros do filme que me conquistaram:
- '08 Chevrolet Camaro
Em primeiro lugar, o protagonista Sam (interpretado por Shia LaBeouf) tem um bom amigo chamado Bumblebee, que assume a forma de um '08 Chevrolet Camaro e desenvolve um forte vínculo com Sam ao longo do filme. Apesar do tamanho pequeno, Bumblebee tem um grande coração e uma personalidade brincalhona. A representação do personagem no filme contribuiu para a imensa popularidade desse modelo de carro na época.

2.Mustang Saleen S281
O antagonista, Barricade, é um assassino impiedoso. Na forma de carro, ele se assemelha a um Ford Mustang Saleen S281 policial. Apesar de ser um personagem secundário na área dos Decepticons, impressionou a todos com sua aparência de carro policial intimidador. Logo após sua aparição, Barricade foi derrotado por Bumblebee. No entanto, seu formidável design de veículo policial causou um grande impacto.
3.Pontiac Solstice Killer 3
Honestamente, a escolha do modelo de Jazz não era muito popular na época. A marca Pontiac, que pertencia à General Motors, tinha sido descontinuada alguns anos antes devido a vários motivos e esforços de reestruturação. Contudo, apesar do status menos popular do modelo de carro, o comportamento ágil e descolado de Jazz como um Pontiac Solstice ainda conquistou os corações de muitos fãs de Transformers, principalmente quem compartilhava uma paixão por carros esportivos.
No filme, o destino de Jazz foi trágico; ele foi partido ao meio por Megatron, sacrificando-se corajosamente.
Na época, muitas pessoas achavam que esse carro era muito pequeno (não é à toa que foi facilmente destruído por Megatron) e não se encaixava no estilo norte-americano de carros robustos. No geral, tinha uma aparência bastante arredondada, com linhas suaves. Entretanto, com o passar do tempo, os gostos das pessoas mudaram e os pontos fracos do carro aos poucos se tornaram fortes. Os amantes de carros viram o design arredondado como autêntico e íntegro. Essa mudança de percepção tornou o modelo bastante desejável no mercado de carros usados.
4.Peterbilt 389
Quanto ao líder dos Autobots, Optimus Prime, sua forma de carro é um Peterbilt 389. Sinceramente, apesar de gostar muito de carros, nunca tive a oportunidade de dirigir um caminhão, então não tenho muitos conhecimentos sobre esse modelo específico. Contudo, a primeira transformação do Optimus Prime foi sem dúvidas uma das experiências cinematográficas mais inspiradoras da minha vida.

De acordo com a Industrial Light & Magic (ILM), a empresa de efeitos especiais por trás de Transformers, a transformação de Optimus Prime foi a cena mais desafiadora do filme. O Optimus Prime consiste em milhares de componentes, alguns instantaneamente reconhecíveis, como os encontrados sob o capô de um carro comum. Após o processo de animação, iluminação e renderização de texturas foram adicionadas para melhor combiná-las com o plano de fundo. Efeitos externos como fumaça, poeira e faíscas também foram incorporados para fazer os Transformers se harmonizarem melhor com o ambiente real e parecerem mais realistas.
A transformação de Optimus Prime no filme dura quase um minuto. Se vocês assistirem a Transformers (2007) novamente, vão notar que o diretor Michael Bay preparou o terreno das emoções para o surgimento dos robôs e carros. Esses momentos emocionalmente envolventes talvez tenham sido fundamentais para o sucesso do filme.
O sucesso de Michael Bay está em como ele tornou os carros mais legais, em vez de serem apenas modelos de carros.
O que torna Transformers (2007) tão bom?
Não é apenas sobre a duração do filme. Transformers (2007) tem uma duração de 144 minutos, enquanto que Transformers: O Despertar das Feras (2023) dura 127 minutos. Apesar de uma diferença de somente 17 minutos, as experiências são muito distintas. Transformers (2007) conta com um forte senso de ritmo, apresentando batalhas intensas e conexões emocionais entre humanos e Autobots. Por outro lado, Transformers: O Despertar das Feras (2023) parece apressado, tenta contar muitas histórias e acaba não dizendo muita coisa.
Não é sobre o humor e as cenas de ação. Transformers: O Despertar das Feras (2023) apresenta vários elementos cômicos e grandes sequências de ação e, com os avanços na tecnologia de efeitos especiais desde 2007, sem dúvida tem os efeitos visuais melhores. Além disso, os roteiristas contemporâneos devem achar mais fácil atender às preferências de humor do público atual. Portanto, o problema não está nesses aspectos.
Depois de comparar os dois filmes, fica evidente que a versão mais antiga se esforçou muito mais para retratar a relação entre os humanos e os Transformers. Em Transformers (2007), a conexão emocional entre as pessoas e os carros, assim como entre as pessoas e os robôs, foi tratada muito melhor do que no filme de 2023.
Por exemplo, na cena de abertura do filme original, o pai quer comprar um carro para Sam. Ele brinca com o filho passando por uma concessionária da Porsche e depois parando em um estacionamento de carros usados, o que causa uma série de emoções em Sam, desde empolgação até à decepção. Por fim, eles compram um velho Chevrolet Camaro (que na verdade é um Transformer). Essa configuração de narrativa é eficaz porque, sob a superfície cômica, transmite muitas informações ao público por meio dos robôs. Vemos que o pai dirige um belo conversível, mas não pode comprar um Porsche, dando a entender que são uma família de classe média apaixonada por carros. Também vemos o amor de Sam por carros florescer.

Na cena seguinte, Sam conhece Mikaela, interpretada por Megan Fox. De repente, o carro quebra e, com facilidade, Mikaela abre o capô para tentar consertar. Essa cena não apenas mostra a personalidade de Mikaela, diferenciando-a das outras garotas, mas também revela seu amor por carros. Você tinha percebido isso? Nas duas primeiras cenas do filme, esses dois protagonistas são retratados como amantes de carros. A ênfase nessa paixão destaca um dos temas principais do filme.
Se eu fosse roteirista, poderia ter optado por fazer Bumblebee se transformar antes. Entretanto, o diretor foi paciente e permitiu interações entre Sam e Mikaela, apresentando ocasionalmente o Chevrolet Camaro, o que fortaleceu a conexão emocional entre eles. Foi só depois de quase uma hora de filme que o Chevrolet Camaro (Bumblebee), um dos personagens principais, finalmente se transformou e fez sua grande estreia.

Observe que após a transformação de Bumblebee, o foco da câmera retorna para Sam e Mikaela. Essa abordagem permite que o público observe através de uma perspectiva humana, aumentando a sensação de imersão. Isso também ressalta a ênfase do diretor em manter os humanos no centro da história.
Vale ressaltar que o envolvimento dos militares também é um destaque de Transformers (2007). Isso não apenas intensifica as batalhas, mas também acrescenta uma sensação de realismo ao campo de batalha, enfatizando ainda mais o papel dos humanos.
Em comparação, Transformers: O Despertar das Feras (2023) carece de uma forte conexão emocional entre os humanos e os carros. A interação do protagonista com os robôs se limita a roubar carros para obter ganhos financeiros. A protagonista é uma historiadora sem interesse em carros. Além disso, o papel dos humanos foi significativamente reduzido, com ambos os personagens principais tendo causando poucos impactos. Além disso, existem inúmeros problemas na história, como a falta de consideração pela segurança de todos os humanos durante a batalha final, que ocorre na Terra. A ausência de forças militares de vários países também é completamente ilógica.
O declínio de Hollywood
Nos últimos anos, filmes de alta qualidade de Hollywood que retratam histórias sobre pessoas tornaram-se cada vez mais raros. Parece que Hollywood perdeu o interesse por esse tipo de narrativa.
Em Transformers: O Despertar das Feras (2023), os próprios Transformers poderosos se tornam os verdadeiros protagonistas, enquanto os humanos recebem apenas origens simples e até mesmo as conexões emocionais entre os Transformers são minimizadas. Problemas semelhantes existem em outros filmes de Hollywood dos últimos dois anos, como Homem-Formiga 3, Pantera Negra 2 e Flash.
Em Homem-Formiga 3, cada membro da família do Homem-Formiga possui superpoderes, tornando-os a principal força na luta e tornando todos os outros insignificantes. Em Pantera Negra 2, o novo Pantera Negra lidera dezenas de heróis para acabar com uma guerra entre duas nações em um grande navio, sem deixar espaço para cidadãos comuns. Esses filmes de super-heróis focam em superpoderes e batalhas contra vilões, negligenciando a importância das emoções e narrativa lógica para os personagens.
Essa situação pode ser decorrente das escolhas feitas tanto pelos produtores quanto pelo público. Os executivos do cinema podem pensar: "Já que o título do filme é 'Transformers', por que incluir tantos personagens humanos?" Eles também podem realizar pesquisas com o público, que pode expressar uma preferência por histórias focadas em Transformers ou super-heróis. Nesse ciclo vicioso, os estúdios de cinema começam a acreditar que as histórias mais simples são mais atraentes, enquanto uma narrativa excelente, mas demorada, não contribui significativamente para o sucesso de bilheteria.
Na era atual das informações fragmentadas, as pessoas estão ficando cada vez mais impacientes, e essa tendência pode ser difícil de evitar. No entanto, continuo otimista e espero que um dia Hollywood volte a priorizar o valor de contar histórias.
Como o aclamado diretor de Hollywood Quentin Tarantino enfatizou repetidas vezes, os filmes são sobre "Histórias, histórias, histórias.". Somente com uma boa história, um filme consegue tocar nossos corações e cativar o público.
Bem-vindo a me seguir e discutir filmes comigo!
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