Os alienígenas de Não! Não Olhe! se assemelham aos discutidos em audiências no Congresso dos Estados Unidos
A recente audiência do Congresso norte-americano sobre Fenômenos Aéreos Não-Identificados atraiu atenção significativa, embora nenhuma nova evidência tenha sido apresentada. No entanto, mais uma vez provocou discussões virtuais sobre seres extraterrestres.
Se os alienígenas estão realmente entre nós, como eles podem se manifestar? Com base no discurso atual sobre extraterrestres, é improvável que seja uma invasão generalizada como em Independence Day ou Guerra dos Mundos. Em vez disso, eles provavelmente seriam sutis e discretos, semelhantes ao retrato enigmático e misterioso visto no filme Não! Não Olhe!.
Alienígenas em Não! Não Olhe!
Não! Não Olhe! é um filme protagonizado por Daniel Kaluuya, Keke Palmer, Steven Yeun e Michael Wincott. Ele acompanha os moradores de uma cidade isolada que testemunham um evento misterioso e anormal. Depois que objetos aleatórios caem do céu, os irmãos fazendeiros, OJ e Emerald Haywood, tentam capturar evidências em vídeo de um Objeto Voador Não-Identificado com a ajuda do vendedor de tecnologia Angel Torres e do documentarista Antlers Holst.
O retrato da presença alienígena em Não! Não Olhe! me impactou profundamente. Enquanto os alienígenas de Independence Day eram grandiosos, Guardiões da Galáxia trouxe humor, E.T.: O Extraterrestre evocou inocência e Alien – O 8º Passageiro instaurou o medo de criaturas perigosas, Não! Não Olhe adotou uma abordagem completamente diferente, sugerindo que os alienígenas podem estar escondidos nos eventos cotidianos e mundanos.
Por exemplo, há uma nuvem no filme que exemplifica esse conceito. Enquanto outras nuvens flutuavam com o vento, essa nuvem suspeita permaneceu imóvel.

Outro exemplo: luzes misteriosas que aparecem no horizonte das montanhas à noite.
No meio do filme, o enredo se desenrolou, e os protagonistas e eu descobrimos que as misteriosas ocorrências foram causadas por alienígenas. Sem dúvida foi arrepiante porque me fez considerar genuinamente a possibilidade da presença extraterrestre ao meu redor. Esse sentimento remete à sensação inquietante em Sobrenatural de James Wan, em que fantasmas continuam surgindo de vários cantos da casa, mesmo sabendo que "fantasmas" não existem na realidade. Contudo, vale a pena lembrar que "alienígenas" estavam sendo discutidos no Congresso dos EUA no mês passado.
O diretor de fotografia preferido de Nolan oferece uma aventura extraterrestre incomparável
O que eu gosto bastante em Não! Não Olhe! são os visuais. O filme se destaca pela inclusão do diretor de fotografia de confiança de Nolan, Hoyte Van Hoytema. Vamos dar uma olhada em como ele conseguiu tornar tudo cativante de uma maneira única.
Na primeira metade do filme, um senso de mistério na vida cotidiana precisa ser cultivado. Isso requer uma perspectiva visual que se assemelhe ao mundano, mas que leve o público a perceber irregularidades sutis. Ele exige muito das cores e da composição. Por exemplo, quando o pai do protagonista é atingido por um objeto misterioso que cai do céu, a câmera não dá zoom na cena. Em vez disso, ela captura a postura peculiar do homem à distância enquanto ele está sentado em um cavalo. Da mesma forma, quando o OVNI faz a primeira aparição, ele se mistura com as montanhas por apenas um segundo perfeitamente cronometrado para capturar a atenção do público. Tudo precisa estar equilibrado de maneira impecável.
Em Não! Não Olhe!, o diretor de fotografia emprega com genialidade uma perspectiva over-the-shoulder (por cima do ombro) para capturar os fenômenos sobrenaturais. Essa perspectiva atrai os espectadores, permitindo que eles se sintam ao lado do protagonista, testemunhando esses eventos em primeira mão. Os planos gerais também costumam ser usados para transmitir um forte senso de imediatismo. Esse estilo de cinematografia pode se inspirar no design de perspectiva em terceira pessoa comumente encontrado em videogames, semelhante a jogos como The Last of Us e Red Dead Redemption, que também utilizam pontos de vista comparáveis.
O tema de Não! Não Olhe! gira em torno de alienígenas, mas a primeira metade do filme exerce uma contenção significativa, com os criadores se concentrando mais em retratar os fenômenos misteriosos. À medida que a história avança e a existência de alienígenas se estabelece, não há necessidade de ocultação novamente, o que resulta em visuais grandiosos na segunda metade da narrativa. Uma cena, na qual os alienígenas devoram pessoas em grande escala e depois regurgitam seus restos mortais, marca o clímax do filme. Esse momento me deixou profundamente atordoada, não só pela natureza visceral, mas também pelo desenvolvimento lento que o precedeu.
Diante dessa cena, embora o público já soubesse da presença dos alienígenas, a pergunta permanecia: eles são amigáveis ou malignos? Assim como os personagens, eu também especulava e tinha dúvidas, mas nunca antecipei tamanha brutalidade. Dessa forma, quando ocorre o trágico evento canibalístico, gera-se um intenso contraste emocional.
Essa cena de clímax é um crédito tanto para o diretor quanto para o diretor de fotografia, pois é resultado de uma colaboração perfeita entre ambos. Jordan Peele, o diretor, instruiu o diretor de fotografia, Hoyte Van Hoytema, a criar uma experiência imersiva para o público que despertasse as mesmas sensações de "espanto, medo e admiração" que todos sentíamos quando crianças. Essa cena consegue exatamente isso.
Motivos para não se tornar um filme clássico sobre alienígenas
Infelizmente, enquanto Não! Não Olhe! se destaca pela singularidade, as falhas são bastante evidentes. A história carece de coerência lógica.
Por exemplo, o personagem coreano Ricky 'Jupe' Park descobre alienígenas e, inexplicavelmente, cria um parque de diversões com tema ufológico para atrair turistas. Isso é bastante peculiar. É improvável que ele pudesse abrir um parque de diversões com grande alarde se os alienígenas fossem encontrados, pois o governo definitivamente se envolveria nisso. A estranheza aumenta quando, um dia depois de centenas de turistas serem devorados pelos alienígenas, não há presença de policiais ou mesmo de jornalistas por perto. Toda a narrativa parece estar se desenrolando em um mundo paralelo desprovido de qualquer presença governamental.
Além disso, na cena de abertura do filme, vemos um chimpanzé, o que gera várias perguntas que não serão respondidas. Durante a gravação de um programa, o chimpanzé enlouquece de repente e mata várias pessoas de maneira cruel. O que causou sua fúria? O sapato posicionado verticalmente tem um significado mais profundo? Eu esperava uma conexão com o aparecimento posterior de extraterrestres, mas, para minha decepção, nada se materializou. Em vez disso, acabou sendo apenas um incidente da infância de Ricky 'Jupe' Park.
Se Não! Não Olhe! pretende ser um filme artístico que se concentra na expressão pessoal do diretor, então os elementos ilógicos podem ser atribuídos às preferências individuais dele. Entretanto, como também é um filme comercial, essas inconsistências de enredo podem deixar muitos espectadores, inclusive eu, perplexos. O desafio está em encontrar um equilíbrio entre a expressão pessoal e atender às preferências de um público mais amplo.
Na minha opinião, as falhas impedem que Não! Não Olhe! se torne um clássico filme sobre alienígenas, pois deixa a desejar, o que é lamentável.
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