Talvez ALGUÉM no espaço sideral... possa ouvir você gritar

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Com o sucesso global de Alien: Romulus e seu incrível retorno às bases que Ridley Scott estabeleceu 45 anos atrás com o melhor filme de terror espacial de todos, é necessário nos perguntarmos: alguém pode nos ouvir gritar no espaço? O objetivo deste artigo é explorar dois filmes que, na época, não chamaram minha atenção, mas que agora despertaram meu interesse. Esses filmes apresentam duas perspectivas diferentes sobre o significado de estar sozinho no universo, da natureza complexa das relações humanas em ambientes hostis como foco principal do terror à beleza contrastante de flutuar no espaço. Esses dois filmes de ficção científica, um aclamado e o outro subestimado, poderiam ser ambientados no mesmo universo, já que suas histórias não ultrapassam a realidade.

Mais importante ainda, o que quero destacar com o título deste artigo é a metáfora que ele implica. Todos nós sabemos que ninguém pode ouvir gritos desesperados do espaço sideral, mas se você estiver no meio do deserto do Sahara, ninguém poderá ouvi-lo também. Essa esperança de QUERER que alguém nos ouça é nosso sentido mais primitivo como humanos: não fomos feitos para ficar sozinhos. Precisamos uns dos outros, mesmo depois de experenciarmos a desconfiança. Muitas vezes, a ficção científica apresenta tópicos extravagantes ou exagerados para mostrar um simples reflexo de nosso comportamento ou natureza. Eu poderia resumir Blade Runner – O Caçador de Androides com a pergunta: “O que nos torna humanos?” ou 2001: Uma Odisseia no Espaço com: “Qual é nosso limite como espécie?”, mas seria muito chato. Por outro lado, considero que os melhores cineastas deste gênero são aqueles que compreendem os problemas diários e centrais que temos enquanto espécie.

Esses dois filmes representam o que mencionei acima com maestria:

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Esperança em Sunshine — Alerta Solar (Danny Boyle, 2007)

Escrito por Alex Garland e ambientado pouco antes dos acontecimentos de Prometheus de Ridley Scott, a incursão de Boyle na ficção científica mais “épica” (ele já havia feito Extermínio anos antes) não é apenas uma exploração digna da força de vontade nos momentos mais adversos, mas também uma metáfora do ser humano como o “monstro” mais perigoso de todos. Nesse filme ambientado em um futuro não tão distante, que mistura elementos de ópera espacial e terror existencial, testemunhamos uma equipe de oito pessoas a bordo da espaçonave Icarus II, que está disposta a arristar tudo em uma missão (quase) suicida: lançar uma bomba para reacender o Sol já que ele está morrendo e tornando a vida na Terra impossível.

Este filme tem alguns defeitos no roteiro, como os diálogos e as decisões de alguns personagens, mas ainda assim se destaca por três motivos. Em primeiro lugar, o mise-en-scène detalhado que mistura uma estética moderna com elementos de filmes B. Em segundo lugar, o âmago da história, que se trata basicamente de sobrevivência e dilemas morais. E por último, a dinâmica entre os astronautas, que constantemente discutem sobre como proceder quando encontrarem a esquecida Icarus I e um sinal de vida que pode mudar tudo perto do Sol. Nesta ocasião, se você gritar no espaço, provavelmente obterá uma resposta.

Este filme está disponível na DISNEY+


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Instinto em Gravidade (Alfonso Cuarón, 2013)

O filme mais mainstream do diretor mexicano que ganhou sete Oscars (muitos, né?), incluindo o de Melhor Diretor na vitória tripla histórica para o país (já que depois Iñárritu venceu por Birdman e Del Toro por A Forma da Água) é uma proposta imersiva como poucos são. Com sequências extensas, testemunhamos a história de uma astronauta chamada Ryan Stone (Sandra Bullock) que, junto com o experiente Matt Kowalski (George Clooney), trabalha na manutenção da nave e precisa enfrentar uma chuva de resíduos espaciais que a estão destruindo. O enredo é bem simples e Cuarón acrescenta camadas dramáticas o tempo todo (o que me incomodou na época), mas é bastante compreensível: se ele não tivesse feito isso, o filme teria sido extremamente simples.

Qual seria o seu primeiro pensamento se você, de repente, aparecesse flutuando no meio do nada, cercado por estrelas e uma escuridão aparentemente sem fim? Essa foi a primeira coisa que me veio à mente após assistir a esse filme, que é minimalista e maximalista, no cinema em 2013. Não acho que ele foi feito para ser assistido no sofá ou pela tela de um celular como a maioria dos filmes. Ele com certeza está na lista de filmes que nunca esquecerei ter visto no cinema.

Este filme está disponível no MAX


Escrito por JERÓNIMO CASCO

Publicado em 27 DE AGOSTO DE 2024, 11h42 | UTC-GMT -3


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