Uma nova forma de vida nasceu em 25 de maio de 1979 quando um alienígena explodiu do peito de um oficial perplexo a bordo de uma nave espacial, o alienígena que veio a ser conhecido como xenomorfo escapa, cresce, persegue e mata todos, exceto um, da tripulação da nave. A única sobrevivente humana, Ellen Ripley, interpretada por Sigourney Weaver (Avatar), ao lançar para o espaço profundo, transformando ambos em ícones da sétima arte.
Alien revolucionou o gênero, combinando elementos de horror com a vastidão do espaço, sua estética com máquinas biomecânicas e ambientes claustrofóbicos, influenciou diversos designers e artistas, tanto no cinema quanto em outras mídias.
Criação de universo
O universo da franquia começa a ser trabalhado através da dupla de roteiristas Dan O'Bannon (1946 - 2009) e Ronald Shusett (O Vingador do Futuro). A maior parte criativa do universo veio da mente de Dan, inspirado nos horrores do desconhecido e no seu último trabalho Dark Star (1974), Ele começa a criar uma história nova que repassa por rascunhos e ideias novas, morando junto com Shusett, o projeto é vendido para o 20th Century Studios com data marcada para 1979.
A dupla O’Bannon e Shusett encontrou também um diretor que se empolgou com a ideia, Ridley Scott. A sinergia entre O’Bannon, Shusett, Giger e Scott foi tamanha que muita coisa, desde o roteiro, passando pelos storyboards até o design final, teve a mão de cada um deles no processo de concepção e realização do filme. Quando resolveram batizar o projeto de Alien, os roteiristas gostaram do fato de que a palavra pode tanto ser um substantivo quanto um adjetivo, o que acrescentou um sutil elemento de ambiguidade ao título.
Sua identidade visual
Uma parte emblemática na franquia Alien é seu visual, seja em naves, artes estampadas em paredes dando aquela impressão de fluência egípcia, nada disso seria possível seu o Artista plástico suíço H.R. Giger (1940 - 2014). Giger era conhecido pelas suas pinturas de criaturas demoníacas e biomecânicas, desenhadas num estilo tão único que deu origem ao termo “Giger-esque”. Quando o diretor do filme se deparou com o “Necronomicon” do artista, um compêndio de centro mesa de 1977 com os seus maiores trabalhos, o diretor ficou tão impressionado que decidiu trazê-lo para o projeto.
Ridley Scott (Blade Runner) ficou particularmente impressionado com uma ilustração intitulada “Necronom #4”, que retrata uma criatura que parece quase idêntica ao Xenomorfo. O seu corpo preto e blindado e a sua cabeça alongada passaram por mudanças mínimas antes do início da produção. Somados ao design geral estavam a impressionante mandíbula interna do extraterrestre e o sangue ácido - um presente de despedida de Cobb. O resultado final foi igualmente aterrorizante e gracioso. “Sempre quis que o meu alienígena fosse algo muito bonito, algo estético”, lembrou Giger mais tarde. “Um monstro não é apenas algo nojento; pode ter uma espécie de beleza.”
Alien: O Oitavo Passageiro (1979)
No primeiro filme da aterrorizante saga Alien, a tripulação da nave espacial Nostromo atende a um pedido de ajuda que partiu de um planeta desolado. Lá chegando, acabam descobrindo uma raça mortal de alienígenas que usa hospedeiros humanos para procriar. Agora, os tripulantes precisam lutar não apenas pela própria sobrevivência, mas pela sobrevivência de toda a raça humana.
A criatura “alien” torna-se assim a nêmesis de Ripley. O amadurecimento da mulher acontece gradualmente à medida em que ela assume a responsabilidade pelos seus colegas tripulantes. O fato de ser uma mulher representa uma dificuldade em alguns momentos, pois ela é ridicularizada. Sua intuição inicial sobre o perigo daquela missão, a princípio menosprezada, mostra-se sensata, porém tarde demais.
A criatura, também simbolicamente feminina em seu aspecto puramente corpóreo e sua reprodução assexuada, é um fantasma interior, uma força caótica com que Ripley precisa lidar, para não deixar que tome conta da nave.
Aliens: O Resgate (1986)
em 1980, que uma sequência começou a ser pensada, mas devido a problemas administrativos da Fox, que passava por mudanças na direção da empresa, terminou arquivado o projeto. Somente em 1983, quando um novo grupo assumiu a presidência da produtora, foi que um Alien 2 (como foi chamado na época) pôde começar a ser desenvolvido.
Mas o filme passaria por alguns problemas antes de receber sinal verde. O primeiro foi a falta de um bom roteirista, que nesse caso, pode ser crucial para o resultado final do filme. Depois de vários scripts recusados, foi de um jovem e desconhecido James Cameron (Avatar), admirador confesso do filme original, que veio uma história que chamasse a atenção dos poderosos da Fox. No entanto, o roteiro apresentado por Cameron não estava completo, servindo apenas como base para suas idéias. Apesar do interesse pela continuação, o cargo de diretor estava vago.
Foi uma decisão arriscada, mas um dos produtores, do que viria a ser Aliens, sugeriu o nome de Cameron para dirigir o filme, o que deixou o estúdio inseguro, pois tratava-se de um investimento de alto risco, especialmente porque o roteiro apresentado previa uma história grandiosa e dessa forma, a Fox estava receosa em aceitar tal proposta, então lançou um desafio para Cameron, que estava em processo de pré-produção de um outro filme de ficção científica. Se o tal trabalho fosse bem feito e fizesse sucesso, ele iria dirigir Aliens (1986). O filme em questão era O Exterminador do Futuro, que foi o arrasa quarteirão de 1984, dando para Cameron, além de sucesso, um outro emprego.
Única sobrevivente da tripulação que enfrentou o Alien, a tenente Ripley entra em descrédito na Terra. Isso até que notícias vindas de uma colônia distante a levam, junto de um grupo de soldados, a enfrentar novamente a besta.
Ainda que utilize a protagonista do anterior e siga contando com os vilões mais asquerosos do universo, o cineasta faz uma sequência completamente diferente do original. Existem diversas continuações que bebem totalmente na fonte do trabalho anterior, deixando um gosto de déjà vu no espectador que retira qualquer surpresa ou interesse em acompanhar a trama.
Alien 3 (1992)
A história começa com um pod ejetado da nave espacial Colonial Marine Sulaco em Aliens caindo em um planeta-refinaria/prisão, matando todos a bordo, exceto a Tenente Ellen Ripley ( Sigourney Weaver ). Sem o conhecimento de Ripley, um ovo Alien estava a bordo da nave. Ele nasce na prisão e começa uma matança.
Havia uma pressão imensa para um terceiro filme bem-sucedido que repetisse a aclamação do longa anterior. Ainda que Alien III (1992), não tenha sido um completo fracasso, o trabalho mutilado de David Fincher recebeu críticas mistas e nem de longe é um dos mais aclamados da franquia. A ideia original de Fincher foi tão destruída que ele renega a autoria de Alien 3 até hoje. Para a época, a pressão sobre um diretor de videoclips era imensa e não o deixaram trabalhar do jeito que queria. É até compreensível seu ódio pelo processo todo.
Não foi só com a direção que os problemas começaram. O roteiro original era Alien III e de autoria de ninguém menos que William Gibson, o aclamado escritor de ficção científica e autor de Neuromancer. Na época da estreia de Aliens, Gibson era uma estrela em ascensão. Neuromancer foi publicado dois anos antes e foi um sucesso.
Após ser lançado em maio de 1992 com críticas mornas, o filme ganhou seguidores cult. Isso se deve em grande parte ao lançamento de uma versão Assembly Cut do filme em 2003, que incluía quase 40 minutos de cenas deletadas e adicionais, que muitos argumentam que preencheram as lacunas originais da trama.
Alien - A Ressurreição (1992)
Passando cerca de duzentos anos após os conflitos de Alien 3 (1992), Ellen Ripley (Sigourney Weaver) é clonada por cientistas a bordo de uma espaçonave, a qual é também um laboratório. Porém, o clone tem sangue alien na sua composição.
Impressionado com seu trabalho como roteirista, a 20th Century Fox contratou Joss Whedon (Os Vingadores) para escrever o roteiro do filme. O roteiro inicial de Whedon tinha um terceiro ato na Terra, com uma batalha final pela própria Terra. Whedon escreveu cinco versões do ato final, nenhuma das quais acabou no filme.
A ideia de clonagem foi sugerida pelos produtores David Giler e Walter Hill, que se opuseram à produção de Alien Resurrection, pois achavam que isso arruinaria a franquia. Sigourney Weaver, que interpretou Ripley ao longo da série, queria libertar a personagem em Alien 3, pois não queria que Ripley se tornasse "uma figura divertida" que continuamente "acordaria com monstros correndo por aí".
Prometheus (2012)
O subestimado Prometheus (2012), de Ridley Scott, prometida “prequência” de Alien: O Oitavo Passageiro (1979), embora Scott tenha declarado que o filme não deve ser encarado como uma “prequência”, trouxe a história de uma busca pelas origens da humanidade, tendo como mote as ideias que tornaram célebre o escritor Erich von Däniken.
Em primeiro lugar, Prometheus é uma história sobre a curiosidade humana, a busca científica pela verdade, a perscrutação filosófica das origens. O caráter mítico e místico de ideias fantásticas como as de Däniken em seu Eram os Deuses Astronautas? seduz o espectador com a promessa de uma descoberta fundamental.
Prometheus sugere que os xenomorfos são na verdade originários de um espermatozoide humano mutante, resultado de um experimento genético, que extraordinariamente já nasceu com toda a complexidade fisiológica, morfológica e filogenética que vemos nas histórias protagonizadas por Ellen Ripley.
Enfim, ao desconstruir a premissa interessante de Alien, Prometheus traz mais do mesmo estereótipo do alienígena que só pode assumir um de dois papéis opostos: o de deuses astronautas bondosos, inspirados nas mitologias em que seres superiores são um reflexo das virtudes que queríamos ter, ou bárbaros invasores frutos de um imaginário xenofóbico e belicista.
Alien: Covenant (2017)
A nave colonizadora Covenant se dirige a um planeta remoto, Origae-6, com dois mil colonizadores em hibernação profunda e mil embriões a bordo. O ano é 2104, dez anos após a missão de Prometheus. Após uma mensagem misteriosa ligada a um remoto planeta no lado distante da galáxia, descobre o que eles acreditam ser um paraíso inexplorado, mas na verdade é um mundo escuro e perigoso.
A ideia original por trás de Alien: Covenant era fazer uma sequência mais tradicional de Prometheus . Em 2012, um rascunho intitulado Alien: Paradise Lost foi escrito para se afastar ainda mais do filme Alien original enquanto construía o que Prometheus criou. Mas quando os fãs criticaram publicamente a falta de Xenomorfos em Prometheus , Scott redirecionou a direção da nova trilogia Alien .
Em 2015, Scott anunciou que Covenant seria seguido por uma terceira prequela provisoriamente intitulada Alien: Awakening , que foi projetada para se assemelhar e se conectar ao original de 1979. No entanto, o desempenho ruim de Covenant mais uma vez forçou Scott a reconsiderar a direção da franquia, daí seu último anúncio de se afastar das prequelas.
Alien: Romulus (2024)
Agora, o diretor Fede Alvarez (Evil Dead) se uniu ao produtor executivo Ridley Scott para trazer aos fãs inquietos "Alien: Romulus", que estreia em 15 de agosto. A trama gira em torno de um bando de corajosos colonizadores espaciais que descobrem uma estação espacial abandonada e decidem investigar suas entranhas unidas.
O visual visceral de Alien: Romulus parece uma abordagem de retorno ao básico, uma luta pela sobrevivência, aquele barulho familiar de sirene ao fundo, uma tomada assustadora descendo em direção a cápsulas ensanguentadas e hordas de facehuggers pulando em direção de alguém.
Álvarez diz que a ideia de acompanhar pessoas mais jovens no universo Alien veio de uma cena deletada de Aliens (1986) que Cameron acabou restaurando em sua versão estendida da Edição Especial.
Em sua linha temporal podemos chamá-lo de “interquel”, pois acontece entre o primeiro e o segundo filme Alien de 1979 e Aliens de 1986. Embora Alien: Romulus seja uma história independente, com um novo elenco e personagens, o filme está conectado a todos eles.
Compartilhe sua opinião!
Seja a primeira pessoa a iniciar uma conversa.